Hitler tenta dar um golpe de estado, mas não obteve êxito. Todavia, começa a ter a simpatia de opositores do governo da época e a partir deste momento inicia a formar uma força paramilitar a fim de destituir o presidente que havia sido considerado derrotado e covarde na primeira Guerra Mundial.
Com o passar do tempo, Hitler toma força e chega ao posto de chanceler alemão – a partir daí, começa a fazer suas estratégias políticas e começa a defender a raça nórdica como a raça suprema; considera os mestiços, gays, ciganos, judeus, índios e imigrantes como o câncer que assola a economia e a geração de emprego do país.
O nazismo toma força e manda milhares de pessoas para as prisões e campos de concentração, judeus, ciganos, gays, imigrantes e tantos outros considerados inferiores e parasitas perdem suas propriedades e, ainda, são obrigados a restituir o estado, pois, em algumas propriedades, havia seguro e tal iria ser pago pelo estado.
Hitler fortaleceu o PSA – Partido Social Alemão, que, a posteriori ficou, Partido Nazista ou Nacional Alemão. Bolsonaro fortaleceu o PSL – Partido Social Liberal e agora quer criar um partido nacionalista com o nome de Aliança pelo Brasil ou ARENA – Aliança Renovadora, lembram?
Bolsonaro se alinha a um líder polêmico e que quer segregar imigrantes, pois quer construir muros nas fronteiras; quer deportar cubanos, mexicanos e toda a espécie de imigrante que assola a economia americana.
Hitler aliou-se a Benito Mussolini – o fascista italiano. O que Mussolini defendia? Defendia o fascismo como movimento político e filosófico ou regime que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais e que é representado, por um governo autocrático e centralizado, na figura de um ditador.
O que é fascismo? Fascismo é uma ideologia política ultranacionalista e autoritária caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição por via da força. Caracteriza-se pelo nacionalismo extremo, desprezo pela democracia eleitoral e pela liberdade política, crença numa hierarquia social natural e no domínio das elites. Oposto ao liberalismo, ao marxismo, ao socialismo e ao anarquismo, o fascismo posiciona-se na extrema-direita do espectro político tradicional.
Não estamos vivendo no auge da Alemanha nazista ou da Itália fascista, mas os discursos se assemelham. Sabemos que o discurso de líderes devidamente constituídos geram seguidores e institucionalizam ações, grupos e ataques. O exemplo é o grupo 300 – com pouco menos de 20 pessoas, querendo agredir fisicamente autoridades judiciárias constituídas; outro exemplo é o ataque institucionalizado pelo planto aos movimentos sociais, a oposição e aos LGBTs; ataque a imprensa e ameças de agressão física a jornalistas. Discursos de ódio contra profissionais da saúde, agentes de segurança pública e sanitária reproduzem ação da antiga Alemanha, pois o movimento nazista plantava a discórdia, fazia intrigas e atacava movimentos sociais e de oposição até que houvesse o conflito para que a intervenção militar fosse propicia. Historiadores e estudiosos afirmam que a história se repete por duas vezes, a primeira como tragédia e a segunda como farsa, porém a história se repete.
Ao que tudo indica, pode estar se repetindo, certamente, como uma farsa, mas está se repetindo. Estamos assistindo grupos paramilitares pedindo o fim da democracia, grupos milicianos assassinando opositores - Mariele Franco; estamos vendo extremistas religiosos querendo unir igreja e estado com o intuito de fazer uma nova inquisição ou cruzada contra quem não se converter a moral e bons costumes e a defesa da família tradicional e cristã – família esta, defendida pela Deputada Flordelis.
A história está se repetindo, mais branda, porém está se repetindo. O neo-nazifascismo não precisa, pelo menos por agora, instituir uma ditadura – pois está fazendo exatamente o que tem planejado, ou seja, dividir a sociedade entre o nós e eles, criminalizar opositores, comunistas, socialistas, esquerdistas, gays, servidores públicos, movimentos sociais e parte da sociedade que não compactua com os despautérios realizados e ditos pelo atual presidente.
Estamos vendo um plano sórdido de aparelhar o estado, destruir a instituição pública, acabar com nossas reservas florestais e reservas indígenas – para que uma elite ruralista lucre mais, o mais vergonhoso é ver que tais ações têm o apoio de alguns católicos, religiosos, cristãos e da imprensa. Lembremo-nos que Hitler e Mussoline também cativaram parte desta categoria social e, as vezes, colocavam Deus acima de tudo e de todos os seus atos nebulosos.
Por fim, só não chegamos ao extremo porque são novos tempos. Temos internet, redes sociais e há uma oposição civilizada e organizada, além de um poder legislativo, embora criticável, robusto e constituído, assim como um poder judiciário forte. Não há dúvidas - se houver brecha, fecha - se as fronteiras, prende - se opositores mais ferrenhos, exila - se outros e coloca - se em prática um plano de governo onde só a elite tem vez e voz, onde só héteros e brasileiros natos terão oportunidades; onde gays, negros, movimentos sociais, servidores públicos, índios, imigrantes, desempregados, moradores de rua, trabalhadores informais e trabalhadores de subempregos serão considerados a escória desta nação; comunistas e esquerdistas serão postos sabe-se lá onde.
Por: Mauricio Campos
Redação GJ