O prefeito Luiz Fernando Mainardi acompanhou, nesta segunda-feira (23), a visita de Wolnei Wolff, secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, e Maneco Hassen, secretário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, a prédios públicos de Bagé que foram severamente atingidos por tempestade de granizo e chuvas nos últimos dois anos. A agenda inclui, ainda, a chegada da equipe técnica da Defesa Civil Nacional, que irá avaliar as condições estruturais dos locais atingidos e subsidiar um diagnóstico para possível liberação de recursos federais.
A comitiva esteve, na segunda-feira, no Clube Comercial e em escolas que sofrem há meses com infiltrações, madeiramento comprometido e telhados danificados. Segundo o coordenador municipal da Defesa Civil, Hector Bastide, os problemas identificados têm origem nos temporais de 2023, e se agravaram por falta de reparos adequados. “A ideia da equipe é avaliar os impactos do granizo e também das enchentes. Com essa visita, teremos um levantamento técnico que pode abrir caminho para a vinda de recursos”, explicou.
Na Escola Municipal de Educação Infantil Dener Assunção Braz, com 80 alunos, a diretora Geanete Rodrigues relatou que, quando chove, a água entra com facilidade. “Após o granizo, a situação só piorou”, disse. A escola foi construída há seis anos e, ainda assim, apresenta danos estruturais visíveis, como telhado furado e problemas no madeiramento.
Situação semelhante foi verificada na Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio Sá, no bairro União/ Coxilha do Fogo, que atende a 78 alunos. A diretora Leslier Silva Simão relatou que, mesmo em dias de garoa, a água entra pela cobertura danificada. “Após o granizo, chegamos a improvisar aulas no refeitório para não suspender as atividades. Nos dias de chuva, os pais estão evitando mandar os filhos para a escola”, lamentou.
Outro local visitado foi a Escola Municipal de Ensino Fundamental José Otávio, escola de 82 anos que não recebeu telhas após o temporal. A diretora Janine Fernandes de Melo contou que a reforma só ocorreu com a ajuda da comunidade. “Com verba compartilhada, festa junina e muito esforço, conseguimos trocar parte do madeiramento, que estava podre, e recolocar telhas que foram perdidas. Mas o pior ainda é o refeitório, que continua chovendo dentro”, explicou. A escola atende a cerca de 264 alunos.
Já nesta terça-feira (24), a equipe de Engenharia da Defesa Civil Nacional visitou outras escolas, além de prédios de órgãos ligados às Secretarias da Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência e da Assistência Social, Trabalho e Direitos do Idoso. Na ocasião, foi feito um levantamento com a utilização de drone. A expectativa do Governo Municipal é que, a partir desse relatório técnico, seja possível buscar apoio financeiro para reconstrução e recuperação da infraestrutura danificada.
Conforme o prefeito Luiz Fernando Mainardi, o município tem hoje 141 prédios públicos com registros de danos causados pelas intempéries. “Nós estamos muito agradecidos pela presença dessa equipe da Defesa Civil Nacional, que esta fazendo um levantamento para saber como podem nos auxiliar numa situação que essa que estamos enfrentando aqui em Bagé”, disse.
De acordo com o secretário Wolnei Wolff, o Governo Federal não foi demandado pelo município após a tempestade de granizo ocorrida em 2023, o que levou à situação atual. “A gente não tinha conhecimento da gravidade da situação dos prédios escolares aqui em Bagé. Nós precisamos trabalhar, nos esforçar muito para alocar recursos aqui e resolver esses problemas”, afirmou.