No Dia Internacional Contra a Homofobia o Gente Jornal entrevistou David Ortiz, 37 anos, gastrônomo, que mesmo hoje não residindo em Candiota já morou muitos anos e possui familiares no município.
Gente - Quais os principais desafios enfrentados pelas pessoas LGBT na cidade de Candiota e quais os procedimentos tu acha que o poder público municipal poderia tomar?
David - Ainda hoje em dia vemos alguns olhares maldosos de algumas pessoas com a comunidade LGBT, precisamos de uma vez por todas normalizar as pessoas como seres humanos independente da identidade de gênero. Precisamos de ações do poder público para realizar e divulgar ações de combate ao preconceito. Talvez um Setor que tratasse do assunto dentro do governo ajudaria a minimizar o preconceito.
Gente - Na sua opinião, Candiota é uma cidade violenta e preconceituosa com a população LGBT?
David - Não temos casos de violência física, apenas de violência psicológica, violência moral e essas machucam tanto quanto a física. Candiota por ser uma cidade pequena e do interior precisa de um trabalho forte de conscientização.
Gente - Quais bandeiras de luta tu acha que devem ser levantadas na cidade?
David - A principal bandeira é que todos somos iguais, todos temos direito de amar, de viver, de trabalhar, de constituir família. Devemos sempre que possível bater nessas pautas, falar sobre o preconceito velado e espalhar amor e cor por toda a cidade.
Gente - Como tu vê as oportunidades de trabalho para a população LGBT?
David - Hoje não moro mais na cidade, mas sempre que posso estou em Candiota, mas vejo que algumas pessoas do meio são autônomos, então acredito que as ações de conscientização também podem ajudar a Comunidade lgbt a ganhar mais espaço e reconhecimento no mercado de trabalho.
Agradeco a oportunidade, não podemos parar nem mesmo um dia, não podemos mais nos esconder, não podemos ter medo e vergonha de ser quem somos, somos uma legião de pessoas do bem, que queremos apenas nosso espaço na comunidade, queremos amar, trabalhar, viver, andar pelas ruas sem sermos julgados e por fim "ninguém vai poder querer nos dizer como amar".
Redação GJ