Bagé é uma das cidades do território nacional onde a defesa da causa animal está posta em outro patamar. Como protagonista deste verdadeiro avanço da sociedade, está o Núcleo Bageense Proteção Animal (NBPA). O desprendimento das protetoras gera pontos conflitantes e não é para menos: Bagé possui uma antiga cultura campeira, de caça, do manejo e da relação com os animais que muitas vezes divergem do pensamento atual na proteção dos animais. O Núcleo como é conhecido carinhosamente pela população nega terminantemente esse trato e vai “pra cima” elevando a temperatura em todos os níveis sejam eles governamentais ou particulares.
EM DEFESA DOS GALGOS
Para a vereadora Beatriz Souza (PSB) o fato em si é desdobramento de questões como a lei de sua autoria que tramita no Legislativo que proíbe as corridas de galgos no município. Há também uma investigação criminal do Ministério Público. Outro fator preponderante é a visão de que corrida de galgo no Brasil não tem regulamentação, principalmente em espaço público.
Já Tita Nogueira argumentou, na oportunidade, que os cães mostrados em fotos nas redes sociais, são de rua ou de algum irresponsável que os tenha abandonado e que os galgueiros não fazem isso – Se referindo as declarações no qual 60 galgos mutilados teriam sido resgatados por uma ONG durante o ano de 2020 oriundo de pistas de corrida.
ESTRANHA AÇÃO DA MESA DIRETORA DA CÂMARA
A vereadora Beatriz disse ter ficado surpresa que no dia da sessão que iria ser discutido os descontos para os aposentados, e que tinha a presença de duas representantes dos aposentados, precisou pedir autorização para Mesa Diretora da Casa por esta ter feito uma resolução que proíbe ingresso de qualquer pessoa sem autorização, inclusive imprensa no plenário, “E não é que entra aquele senhor, aos gritos, em posição de ameaça”, ressalta.
A parlamentar deixa claro que não se trata dele falar, defender uma posição, considera legítima, não sendo obrigação concordar com a opinião do outro. Mas é enfática em dizer que não daquela forma, invadindo a Câmara, sem autorização. “Mais preocupante que a Mesa Diretora manteve ele ali, foi chamada a Brigada Militar e eles (Mesa Diretora) não autorizaram entrar para perguntar a mim se eu estava me sentindo ameaçada. Disseram (Mesa Diretora) que estava tudo bem. Tudo bem pra eles, é só ver a cena nas imagens.
ACUSAÇÕES
Na oportunidade o manifestante acusou a vereadora de que tem provas sobre superfaturamento na compra de ração para animais. Acusação esta que teve manifestações numa página de Facebook.
Beatriz considera ser uma forma para desviar a atenção da população para questões mais relevantes.
Por isso a vereadora decidiu postar um link e pediu para as pessoas formalizarem a denúncia e as provas, “Não se pode difamar uma associação que tem 20 anos”, enfatiza.
Beatriz adiantou que vai abrir uma representação contra o município, isto porque se estão alegando que houve fraude em licitação tem que ser investigado. O coordenador não é ordenador de despesa e por isso não faz compra, quem faz compra é secretário e prefeito. E, complementa, “A brincadeira parou, esse tipo de acusação não funciona comigo, porque eu tenho uma vida de conduta ilibada”, disparou.
Outro fato comentando pelas pessoas, a presença da edil, na inauguração da associação em 2013, mas disse que assumiu a coordenadoria no município em 2014 e que nunca foi apoiadora do trabalho deles pela simples razão de que é contra a exploração animal.
VEREADORES QUIETOS
A situação para Beatriz foi bem complicada por se tratar de uma invasão, de machismo e de apoio dos vereadores por terem ficado em silêncio, vendo tudo aquilo acontecer. “Não me sinto com medo, porque eu sou uma mulher de fibra e vou mostrar como se comporta uma mulher assim. Mostrar que eles não sabem o que é ser homem de fibra, eles vão aprender com uma”, desabafou.
Redação GJ