Com 356 anos prestados de serviço ao Brasil, foi o eixo central dos discursos que ocorreram na audiência pública em defesa da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ocorrida no sábado (29), na Câmara de Bagé. Como proponente o vereador Lélio Lopes – Lelinho (PT) e com presença da deputada federal Maria do Rosário (PT), deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), sindicalista diretor da subsede de Pelotas Emerson da Silva Saes, secretário geral do Sintect/RS Alexandre dos Santos Nunes, além de partidos políticos e a categoria dos Correios que se fez presente em bom número.
O vereador Lelinho apontou que a estatal não depende de recurso da União que só no ano de 2017 faturou mais de R$ 18 milhões e lucrou mais de R$ 600 milhões “Ela não dá prejuízo de caixa. Não há quem faça”, afirmou.
O deputado Mainardi reafirmou sua posição em defender o conjunto das estatais brasileiras e gaúchas que hoje sofrem com as investidas dos monopólios de grupos privados capitaneados pelo sistema de diminuição do tamanho do Estado, das suas funções essenciais e de ataque a essas empresas estratégicas para o país. “Estamos vendo que o Brasil hoje sofre um seríssimo risco que ao final de quatro anos se veja o patrimônio que se construiu no decorrer de longos anos, seja entregue para grupos econômicos sob a tutela, sem dúvida, do capital financeiro”, destacou.
Representando a Frente Parlamentar em Defesa dos Correios 100% Públicos do Congresso Nacional a deputada federal Maria do Rosário (PT), que é vice-coordenadora, manifestou que a defesa dos Correios se soma ao enfrentamento necessário a todas essas privatizações que estão hoje colocadas. Há autoridades no Brasil que fazem um discurso como se estivessem ligados ao interesse do país, muitas vezes usam as cores verde e amarela, mas não estão defendendo o interesse nacional. “Nós estamos vendo o patrimônio público e as riquezas naturais (Pré-Sal, Amazônia, Reservas Energéticas, a biodiversidade) construída por todos os brasileiros sendo destruídos”, afirmou e também destacou do momento é do Brasil estar sendo dilapidados como nação porque os interesses estrangeiros estão falando mais alto pelos governos. “O Brasil precisa levantar a sua voz em defesa do patrimônio público brasileiro”, apontou.
Não há quem faça e quem desempenhe o trabalho nem de entrega e nem de logística que essa empresa realiza. “Na Europa 80% dos serviços postais está na mão dos estados, que não abrem mão desse serviço postal público. Na Alemanha, por exemplo, os correios foram privatizados em 1995”, alertou.
O diretor da subsede de Pelotas do Sindicato dos Correios e Telégrafos do RS Emerson da Silva Saes conversou com o GenteJornal sob o movimento que é a nível nacional e estão sendo realizados em todos os estados seja nas Câmaras de Vereadores ou mesmo nas Assembleias Legislativas audiências públicas para tratar sobre as privatizações dos Correios, para conscientizar a população, a comunidade de como é importante ela possuir um Correio e o que ela vai perder se o for privatizado.
- As cidades médias, como Bagé, Pelotas, as pequenas cidades, as periferias também, porque a estrutura dos Correios de entrega e de logísticas nenhuma outra empresa tem. Os Correios conseguem chegar a todos os municípios. É a única empresa no país que consegue fazer este tipo de trabalho. Então nós estamos mostrando a população o quanto ela vai perder se entregar esse patrimônio. Você fazer uma entrega ao Chuí ou fazer uma entrega lá na Amazônia, onde você tem de ir de barco uma empresa privada não vai querer fazer, porque não vai dar lucro para ela. Agora, os Correios que é uma empresa pública e auto sustentável vai realizar esse serviço – Explicou a reportagem do GenteJornal.
Já o secretário geral do Sintect/RS Alexandre dos Santos Nunes que também estava presente na audiência pública falou para o GenteJornal que a presença dos trabalhadores é mostrar para as comunidades a importância que os Correios e também as estratégias que estão tendo para barrar esse processo de privatização. “A gente está fazendo essas audiências públicas nas Câmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas, além de mobilizações dos trabalhadores, nós temos um abaixo assinado, o objetivo é conseguir mais de um milhão em assinaturas”, disse. Interessados contribuir seja em assinar ou mesmo pegar material de divulgação é só buscar na página da entidade ou mesmo no Facebook e compartilhar.
Nunes argumenta que é importante as pessoas acessarem as ferramentas online do sindicato de forma que possam compartilhar documentos, dados reais e materiais verdadeiros para poder combater a onde de fake news e a campanha de calúnia e difamação que os Correios tem sofrido. “Então estamos pedindo a ajuda de todos, porque o Correio é nosso, é da população”, ratificou e aproveitou a oportunidade para explicar que os Correios fazem o papel de retaguarda para as cidades, para o país, só que as pessoas, conforme argumenta, ninguém consegue ficar valorizando esse serviço. “As pessoas não estão pensando no dia que não tiver esse serviço de retaguarda que os Correios prestam para a nação”, concluiu.
Redação GJ