A entrevistada de hoje da coluna Damas da Bola é com a meia campista do Sport Clube Internacional, Júlia Daltoé, 18 anos de idade, natural da cidade de Encantado- RS e com uma vasta experiência nas seleções brasileiras de base, tendo inclusive disputado o Campeonato Mundial sub-17 realizado no Uruguai. Mesmo o Brasil tendo sido eliminado na fase de grupo, Júlia foi titular em todas as partidas e fez um gol contra a África do Sul, também foi campeã Sul Americana sub-17 torneio que foi realizado na Argentina em 2018, na final Júlia anotou uma pintura de gol numa cobrança de falta de perna canhota no ângulo superior esquerdo da arqueira venezuelana.
Pela seleção ainda Júlia foi campeã do Torneio de BRICs, realizado na África do Sul, em Julho de 2018, onde fez mais dois gols pela amarelinha. Pelo Internacional Júlia já tem sete títulos no currículo, sendo inclusive a capitã na conquista do Campeonato Brasileiro sub-18 em 2019 , abaixo, Júlia conta um pouco de sua trajetória e seus objetivos para a carreira.
Julia com quantos anos você começou a jogar futebol?
Eu comecei a jogar com seis anos de idade, na escolinha na cidade de Encantado, que era masculina, tinha somente eu e outra menina, mas aí ela desistiu e ficou somente eu, no meio dos meninos.
Como descobriu que era ambidestra?
Na verdade foi uma coisa muito natural – porque quando eu treinava jogava a bola na parede usava sempre as duas pernas. Uma coisa tipo natural e não ser tipo treinar só a esquerda. Sempre foi uma qualidade minha tudo que fosse jogar eu usasse as duas pernas, tipo bem natural.
Com que idade foi jogar na Chapecoense?
Eu fui jogar na Chapecoense com 12 anos, eu estava na escolinha com os meninos e meu professor falou que quando eu completasse 12 anos iria fazer um teste na Chapecoense e aí eu fui, passei no teste e fiquei morando lá, longe de casa e tudo mais.
Quantas convocações, jogos e gols pela Seleção Brasileira?
Eu fui dois anos seguidos convocada, então tenho umas 40 convocações, tive muitos jogos, uns 30 pela seleção. Gols, eu fui a segunda artilheira da Seleção, só perdi para a Jheniffer Cordinali que era nossa atacante. Eu fiz entre cinco e sete gols por aí, não sei exatamente, mas acho que uns sete gols.
Quais competições disputou pela Seleção Brasileira?
Eu disputei o Sul Americano, que fomos campeões e ganhamos a vaga para o Mundial. Um torneio BRICs que fomos campeões também e a Copa do Mundo que fomos eliminadas na primeira fase.
E no Internacional quantos títulos conquistados?
Pelo Internacional eu ganhei três Copas Encantado, um Gauchão adulto que foi no ano passado, dois Campeonatos Gaúchos categoria sub-18 ,o Campeonato Brasileiro sub-18 ano passado, que foi o mais expressivo que posso dizer que tenho pelo Internacional.
Como foi essa chegada no Internacional?
Foi uma coisa muita rápida, pois eu tinha jogada a Copa Encantada pela Chapecoense e lá a Tati que era a técnica do Internacional me viu e me quis. Eu fui fazer um teste e joguei um jogo. Eu era sub-16 ainda e aí eu fui fazer um jogo com as meninas sub-17, daí ela gostou muito de mim e fui promovida para a categoria adulta, fui direto para o profissional.
Quail tua referência no futebol feminino?
Minha referência é mais a Formiga pela a idade e pela história dela.
Qual tua rotina nessa pandemia?
A minha rotina está sendo praticamente a mesma que eu fazia quando estava em Porto Alegre, só que não tem o treino com o grupo e com bola, mas eu acordo de manhã faço o meu treino, almoço e descanso um pouquinho faço meu treino da tarde, corro, faço musculação, faço estações, mas sempre em dois períodos por dia, todos os dias.
E antes como era sua rotina de treinos e estudos?
Antes minha rotina era pela manhã e tarde treinar e a noite faculdade. A faculdade: são só duas vezes por semana, já os treinos são todos os dias. Agora não mudou muita coisa, só mudou de não acontecer os treinos em grupo, com o time todo com bola para ter ritmo de jogo.
E você tem como objetivo jogar na Europa e na Seleção Brasileira principal?
Com certeza eu sonho em jogar na Europa e na Seleção Brasileira principal, mas o futebol feminino no Brasil está crescendo muito, então acredito que ao passar dos anos o Brasil vai se tornar tipo uma Europa, claro que precisa de muita coisa, mas está indo tudo muito rápido e eu acredito que daqui uns anos o Brasil se torne uma referência para quem quer jogar futebol, mas com certeza meu sonho é jogar na Europa e na Seleção também.
Só que como sou sub-20 também meu objetivo primeiro é a sub-20, estou trabalhando para isso porque sei que tem a Copa do Mundo [sediada na Costa Rica e Panamá em 2020] para essa categoria, é bem difícil já tem as meninas, mas eu trabalho muito para alcançar os meus objetivos e consequentemente alcançar a Seleção Brasileira principal, que é meu sonho de carreira.
Por: Cléo Moura
Redação GJ