A entrevistada de hoje da coluna Damas da Bola é a goleira de Candiota Paola Pereira de 16 anos de idade e considerada uma das melhores goleiras do Rio Grande do Sul.
Paola começou a jogar com 10 anos na escolinha da João Emílio e depois migrou para o futsal onde defende a equipe do Barcelona de Candiota.
Apesar de jovem Paola já enfrentou as equipes adultas de Internacional e Grêmio várias vezes, sempre com boas atuações, já contra a base do Internacional, Paola defendeu até penalty na semifinal do Campeonato Gaúcho sub-16, chamando assim a atenção do treinador do Internacional no final do ano de 2020, sendo chamada para fazer um teste na equipe sub-16 do time da capital dos gaúchos, porém devido aos gastos com hospedagem e passagem não foi possível ela realizar os testes, isso fez com que ficasse muito triste, perdendo um pouco do foco, mas agora Paola entendeu que precisa voltar a treinar forte para poder realizar esse sonho que é muito possível defender uma grande equipe do Brasil.
Abaixo vocês vão poder conferir um pouco da história de Paola Pereira uma goleira com muita liderança dentro de campo.
Com que idade Paola você começou a jogar futebol?
- Apartir dos 10 anos, comecei a jogar na escola por brincadeira, até entrar no time da João Emílio.
E você sempre atuou como goleira?
- Desde cedo eu já atuava como goleira nos jogos escolares, até um e outro eu jogava na linha. Depois de um tempo eu entrei no time da minha cidade ( BarcelonaCandiota) e comecei a jogar na linha, a ter uma paixão por dribles, pela arrancada em velocidade e por todo aquele desespero que é quando se perde a bola, mas bem que aquela paixão de se atirar no chão, fazer uma defesa e poder gritar, não saia de mim, talvez seja por isso que até hoje quando eu vou pra linha eu mais caio do que fico em pé. Atualmente meu foco é ser goleira e isso de ter aprendido bem a jogar com os pés é mais um avanço como goleira, não é? Sem falar que ajuda em mil outras situações de jogo.
O que significa pra você jogar no Barcelona?
- Eu poderia ficar horas escrevendo o quão gratificante é participar desse time, ou melhor, dessa família. Estou no time há quase cinco anos, e pra falar a verdade, foi os anos em que mais aprendi sobre futebol, família, amizade, amor, vitórias e derrotas. O Barcelona me acolheu de um jeito que eu não sei nem expressar em palavras. Eu aprendi muito com os treinadores que passaram pela nossa equipe, mas em principal, aprendi muito com as jogadoras, com as minhas colegas, com as minhas amigas. Sempre vai ser meu time do coração, elas sabem disso. Barcelona é uma equipe, sempre tem uma pra te fazer rir, te derrubar na areia ou machucar tua perna com as unhas durante o jogo de areia, tive que pronunciar os acontecidos, meninas(risos). Enfim, significa família.
Qual foi a melhor atuação da Paola até hoje?
- Teve vários jogos que infelizmente saímos com resultados negativos, mas pra esse lugar eu vou dar o jogo contra o Riograndense em Candiota. Nesse jogo eu fui capitã, teve defesas no canto e faltas, MUITAS faltas. Teve uma bola que foi batida de falta que no meio da confusão desviou em uma zagueira nossa e fui nela, na verdade, o corpo foi e a alma ficou porque foi piscar e eu estava no chão com todo mundo em cima. Em ler assim, parece ser um jogo normal, claro que foi, mas apenas pra quem estava de fora. Ali dentro fiquei realizada por ter tido a confiança do treinador Cléo, ter sido capitã e com a equipe, ter feito um jogo ótimo e abraçar a vitória com o placar de 1x0, claro que temos a atuação contra a equipe sub-16 do Internacional, estávamos perdendo por um placar com grande diferença, mas logo no final teve um pênalti, mas como levamos alguns gols, a plateia e alguns já estavam desacreditados na goleira, no caso, eu. Acontece, mas seguindo, na hora do pênalti sempre tem aquela tensão, logo a cobrança foi batida para o meu lado direito, rasteira, quase na trave. Defendi e espalmei a bola pra fora. Foi show, até porque foi um pênalti e pênalti é difícil, todos goleiros podem admitir. O gol se tornando maior ainda e eu cada vez menor. Bom também foi ver o vídeo que fizeram da defesa e ouvir o pessoal da plateia reagindo à defesa, bem, não tem explicação.
E quais os sonhos da Paola?
- Entrar em uma equipe grande, com certeza, 2020 eu tive a oportunidade de ir fazer o teste com o Internacional sub-16, mas por ser longe e não ter onde ficar, não consegui ir e perdi uma das minhas maiores oportunidades. Desmotivei muito porque desde que eu comecei a disputar os campeonatos gaúchos, a expectativa era de se destacar e dar um passo pra esse sonho, mas estamos no caminho, não chegou a hora de largar esse sonho ainda não. Espero muito poder entrar em uma equipe grande e acrescentar ali, mostrar o porque de ter ido e fazer cada jogo valer apena.
Hoje você é uma das melhores goleiras na tua idade no Rio Grande do Sul, quais teus principais pontos forte?
- Sem dúvidas o maior ponto forte é a comunicação com todas as jogadoras. Me considero muito comunicativa em relação a licença. O outro meio é bola em altura média. Olá jogadoras de todo o Brasil, joguem todas as bolas em altura média, agradecida. Mas tirando as partes de brincadeiras, não direi qualidades porque seria modéstia parte, mas é algo que se destaca ao entrar nesse assunto, que é a comunicação em campo.
Quais jogadoras você é fã?
- Admiro todas, no momento nenhuma em exceção, tem muitas goleiras e jogadoras de linha que não se consegue escolher uma entre todas. Então meninas, todas vocês, nunca desistam dos objetivos e sonhos de vocês, pois sempre vai ter alguém se inspirando em ti, e se tu desistir, oque será desse alguém? Assim como eu me inspiro em muitas que, se desistissem eu teria tantos porquês. Sigam sendo essas mulheres maravilhosas e levantando o futebol feminino cada vez mais.
Como é jogar contra Internacional e Grêmio?
- Talvez o sentimento seja nervosismo e feliz por ter chegado até ali. Ah mas por que o nervosismo? Então, é nesse jogo que temos que tentar brilhar, parece que é o dever pelo menos fazer algo que chame a atenção dos olheiros. Claro que, como equipes grandes como eles são, é uma oportunidade sendo dada nas mãos. Jogar contra eles é ver o profissionalismo das equipes, a comissão técnica e tudo perfeitamente perfeito. São equipes fortes, equipes que muitas sonham em entrar, que o objetivo da vida seria entrar na equipe. Inter/Grêmio sigam com esse trabalho incrível de vocês, com jogadoras com potencial muito alto e futuro brilhando.
O siginifica a João Emilio para você?
- Esperança. Mostra que existe chance de crescer e ter um futuro na área do futebol. Cada esforço que é pra ter um treino, mais ainda o esforço pra conseguir nos levar nas viagens. Cléo, sempre acolheu todas as meninas e tratou como filha, assim como foi comigo e como será com todas que virão a passar pela equipe da João Emílio. Esse ano temos jogos a disputar, espero que seja tudo com êxito e claro, com todas as proteções necessárias durante esse tempo difícil de pandemia.
Fale um pouco sobre a equipe do Cristal de Pelotas?
- Quero destacar o time de Pelotas (Crista Futsal Feminino) com a parte do futsal. Joguei o estadual e eles me chamaram pra participar da equipe deles, fui feliz da vida e fui muito bem recebida, por todos da comissão técnica quanto às jogadoras. Aprendi muitas técnicas com eles, sobrevivi a treino pesado e bem pegado que saímos com camiseta encharcada de suor ou de lágrima depois dos físicos, descubram. Eu sempre faço com humor, faz parte, mas vai todo o meu agradecimento no tempo que estive com eles, uma das equipes mais incríveis que já tive o prazer de jogar, treinos em outro nível, coisa de quem sabe oque faz! Gratidão a Cristal Futsal Feminino de Pelotas, vocês são uma equipe que só tem a crescer, tem muito chão ainda pela frente e eu faço questão de fazer parte dessa caminhada.
Ficha Técnica
Nome: Paola Pereira De Pereira
Idade: 16 anos
Altura: 1.70
Peso : 65 kg
Por: Cléo Moura