Como afirmei no texto da semana passada, o objeto deste texto é o PSOL de Bagé. O Partido Socialismo e Liberdade tem grandes lideranças nacionais, estaduais e municipais – das quais destaco: Pedro Ruas, Fernanda Melchiona, Luciana Genro, Guilherme Boulos, Erika Hilton, Samia Bonfim e etc; já em Bagé, há lideranças que lutam pelo verdadeiro ideal da sigla e que matam um leão por dia para fazer o partido crescer, no entanto, as vezes, uma pessoa acaba atrapalhando, mesmo que tenha boas intenções – o filósofo Mário Sérgio Cortella afirmou, em uma de suas palestras, que é melhor ficar longe de gente bem-intencionada, mas ineficiente.
O PSOL bajeense, desde sua fundação, nunca conseguiu decolar. Diferente do PT dos anos 80. Na década de 80, o PT foi fundado e continha a mesna viralidade ideológica do PSOL – podemos afirmar que os petistas de 80 são os psolistas de hoje.
Na formação do PT, em Bagé, os líderes não eram stalinistas ao extremo ou, em tese, não eram tão individualistas. Veja bem, caro leitor e internauta – Luiz Fernando Mainardi, hoje Deputado, era vereador petista na época e em 1985 concorreu a prefeito, seu intuito era construir partido e fazer com que a sigla crescesse. Até onde se sabe, as lideranças petistas nunca abandonaram seus companheiros, não migraram para outras cidades ou capitais afim de se colocar como CC. Os petistas de 80, em Bagé, não deixaram seus correligionários, com o pincel na mão, em uma luta hercúlia de uma terra retrógrada, provinciana, direitista e moralista.
O PSOL de Bagé tem lideranças que querem que o partido cresça e que forme bancada no parlamento local, todavia é prejudicado por uma pessoa ou por um pequeno grupo que, até pouco tempo, dirigia a sigla; tal figura ou tal grupo, certamente, tem boas intenções, mas o discurso não é ou era colocado, com competência e eficiência, na prática.
Os petistas, dos anos 80, organizaram-se em grupos e alas – com isso, cada grupo ou ala era responsável por trazer mais filiados para a sigla, cada ala tinha um roteiro e um ponto da cidade para recorrer atrás de lideranças. Os novos socialistas, até pouco tempo, não tinham isso. Os psolistas eram liderados por um grupo que centralizava e que, aparentemente, não estavam focados na formação e na construção do partido, mas na campanha da Deputada Fernanda Melchiona – o motivo é compreensível, afinal, alguns integrantes ou um integrante deste grupo atua, profissionalmente, no gabinete da parlamentar. Tal desatenção para com o partido fez com que a sigla lançasse poucos candidatos a verdeadores – número irrisório - e, com isso, não chegassem nem perto de uma cadeira no parlamento; conforme informações internas – houve falhas nas filiações ou no tempo hábil de fazê-las. Tal grupo perdeu a referência, devido a ineficiência, embora tivesse excelentes intenções, tanto que PCB e PSTU não lhes dão crédito.
O PSOL é um partido que tem tudo para crescer e representar a juventude esquerdista e revolucionária da nossa cidade e região, no entanto, os novos dirigentes – Portela e outros devem unir os integrantes e mudar a estratégia; devem observar o erro crasso da gestão anterior e não repetir, aliás, por um bom tempo, não devem dar - lhes espaço. A agremiação tem nomes fortes como: Ivan Pinheiro, Fracisco Estigarribia e Mário Pinheiro - nomes que unem e que podem trazer novos filiados e lideranças que possam formar uma nominata respeitável para a vereança em 2024 e, com isso, conquistar a cadeira tão almejada.
Outro ponto que a nova direção deve focar é na formação da sigla em Lavras, pois é inadmissível que em Dom Pedrito, Caçapava e Livramento tenha PSOL e na capital do ouro, na terra onde o grupo, que dirigia os socialistas, havia se comprometido em criar- não exista uma célula.
Os partidos, nos municípios, devem ser fortalecidos, pois, só assim, a sigla vai ficar forte em nível estadual e nacional. Por fim, os novos dirigentes não devem seguir a linha stalinista, ou seja, não devem querer censurar e processar os criticos, tal fato é de uma covardia atroz e flerta com o autoritarismo e com os déspotas da extrema direita. Desde já, desejo sucesso a turma do PSOL e as suas lutas.
Por: Mauricio Campos