Recentemente, veio a público, no site da UOL, que o governo Bolsonaro gastou milhões para pagar uma empresa de informações para fazer um relatório (quase espionagem). Tal relatório traz uma série de informações sobre comunicadores, influencers, jornalistas e formadores de opinião.
A empresa entregou as informações de maneira incompleta, pelo que se vê; ou, na pior das hipóteses, só veio a público o que o governo queria; o mais perigoso é o que não veio a tona.
No documento havia duas listas – a dos detratores e a dos apoiadores. A primeira elenca uma série de figuras que são críticas ferrenhas do governo e na segunda, uma outra série de figuras que são adeptas ao governo. O estranho é que na lista dos detratores - pelo menos na que veio a público – não aparece este que vos escreve e nem a youtuber Rita – Von – Ruth; na lista dos apoiadores não aparece o nome do comunicador Adriles Jorge e do youtuber Alan.
Com qual intuito o governo gastou milhões para ter tais informações? Milhões que poderiam ser gastos no combate a pandemia, ter sido investido no Auxílio Emergencial, na educação – compra de equipamentos adequados para que as aulas remotas pudessem ocorrer de maneira mais qualificada e eficiente.
Será que o objetivo da milícia – mor do país era ou é intimidar formadores de opinião influencers e comunicadores? Intimidação psicológica, pois a mensagem pode ser interpretada que podemos estar a beira de um governo autoritário e que o presidente e sua cúpula podem se tornar déspotas e não querer entregar o governo (basta ver as alegações estapafúrdias de fraude nas eleições). A mensagem pode ser interpretada da seguinte forma: Estamos perdendo a liberdade de opinião e de imprensa, estamos perdendo nossa intimidade e nossos valores democráticos – o governo vem atacando esses valores desde o primeiro dia, começou a atacar os três poderes e agora a mídia – o estranho é que tudo isso veio a tona após um período eleitoral onde os apoiadores do governo foram os maiores derrotados.
A dois anos das eleições, o presidente faz ataques ao sistema eleitoral e demonstra que monitora a mídia – o que é uma afronta para a democracia, à liberdade de opinião e de imprensa; um acinte a Constituição Federal.
Estranho, não? Muito estranho, muito obscuro e nebuloso. Tal fato serve para que acordemos e fiquemos alertas, pois podemos estar a beira de tempos nebulosos onde a imprensa, a oposição, a liberdade e a democracia podem sofrer ataques ferozes em nome do país, do patriotismo, de Deus e da família de Bem.
Por: Mauricio Campos