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Violência Sexual

TEMOS QUE ESTAR ATENTOS E CUIDAR DAS NOSSAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES”, DIZ DAIANA, CONSELHEIRA TUTELAR DE CANDIOTA

A conselheira falou sobre como perceber que está acontecendo à exploração sexual contra crianças e adolescentes


Conselheira tutelar Daiana Etcheverria Foto: Reprodução

Na semana onde ocorre o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil (18 de maio), muitas são as questões levantadas, a principal foi a apresentação dos números pelo MDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) que apontou do Brasil, em 40% das denúncias de casos de violência sexual de crianças ou adolescente, o agressor é o pai ou padrasto da vítima. Os dados são do balanço de 2019 de denúncias do Disque 100, apresentados pela pasta. No geral, foram feitas 86,6 mil denúncias contra todos os tipos de violações de crianças e adolescentes no ano passado. Desses registros, 11% correspondem a violência sexual, o que significa 17.029 casos. Esse dado geral de violações cresceu 13,9% em relação aos registros de 2018, quando eram 76,2 mil notificações. Já os dados específicos sobre violência sexual de crianças e adolescentes ficaram estáveis, segundo a pasta. Passaram de 17.073, em 2018, para 17.029, em 2019.

A conselheira tutelar de Candiota Daiana Etcheverria disse ao Gente Jornal que trata-se de um tema muito amplo, tanto nas políticas públicas referentes a prevenção, quanto na perversidade dos criminosos que o cometem. “Acredito que a pergunta ‘que não quer calar': - Como saber se uma criança ou adolescente está sofrendo algum tipo de abuso sexual?”, levanta o questionamento e responde:

 – Sabemos que uma das formas de constatar que há algo de errado com uma criança ou adolescente, é se demonstrar através de suas atitudes o seu sofrimento. Um exemplo são as alterações de comportamento, pois dificilmente esta vítima vai sofrer o abuso e vai se expressar com palavras, ela busca outros meios de expressão, até mesmo pelo fato de grande parte das vezes o criminoso ser uma pessoa bem próxima, a vítima sente muito medo, e muitas vezes se culpa, pois além do seu físico, seu psicológico é totalmente abalado, e para nós agentes de proteção, pais, professores e pessoas de seu convívio em geral, é a chance que temos de intervir e ajudar – orienta.

E prossegue dizendo que o papel como conselheiras tutelares diante a uma suspeita de abuso é primeiramente intervir junto a família e a escola, mas faz a ressalva de quando isso é possível.

Ao ser realizado a primeira etapa é encaminhada imediatamente à suposta vítima ao atendimento psicológico, “Pois esta profissional que é capacitada para "detectar" o problema e agir, sem provocar mais danos a vítima”, justifica. E assim consequentemente enviar as informações coletadas ao Ministério Público.

Um fato que enfatiza é de cada situação ser diferente, “Há inúmeras formas de violação, e a faixa etária também diversifica bastante”, aponta e relata que ser Conselheiro Tutelar, é não saber especificamente em que situação trabalhar naquele dia. E dá como exemplo os seus sete anos de trabalho exercido, Não temos uma profissão comum, além da teoria, experiência, temos que ter vocação e saber deixar os problemas que enfrentamos, ‘lá’, quando voltamos para casa, pois somos seres humanos, mães e dói muito ver certas situações que presenciamos, mas estamos ali para ajudar e assim fazemos. 

Como perceber algo errado

Perceber as mudanças de comportamento da criança ou adolescente, sobre sofrer abuso e exploração sexual, citou uma frase para ser debatida.

 A infância tem sido negligenciada, com foco nesta negligência partindo dos pais, pergunto: - Como perceber se algo de errado com seu filho? Se muitos não agem em favor do que é certo. Precisamos prestar mais atenção nas nossas crianças, participar de sua rotina, ter tempo para se dedicar a eles, ser confidentes e confiáveis. Nossos adolescentes estão cada vez mais difíceis de lidar e de se comunicar, é uma geração com muita informação acessível, e que sofrem demasiadamente por situações que gerações anteriores não se abalavam, vivem numa busca incessante de um padrão que nem eles sabem qual é. Precisamos estar atentos e não fechar os olhos. A escola é aliada nesta luta, pois lá é onde este público passa maioria da parte de seu tempo, e nós aqui de Candiota temos grandes parceiras, nas escolas, pessoas comprometidas que qualquer sinal de que pode haver algo errado, já toma providências.

É possível combater com eficácia esses crimes terríveis, se trabalharmos em rede! Quanto mais unidos formos, quanto mais cada um desenvolver seu papel com  comprometimento, mais chances temos até mesmo de prevenir, o que seria essencial numa situação violação de direitos.

E prossegue a conselheira:

– Há um problema ainda mais complexo relacionado ao abuso sexual, onde em capacitações sobre o assunto, soubemos que o abusador, provavelmente já foi "um abusado", onde este problema "raíz", não sendo tratado, segue o ciclo.

Os abusadores estão aí, convivendo com outras pessoas normalmente, não carregam placa de identificação.

Temos que estar atentos e cuidar das nossas crianças e adolescentes.

Se alguém suspeitar de algo, por favor "DENUNCIE"!! Se depois de que cada órgão realizar seu papel, não for nada demais, que bom, pois agimos sobre a suspeita, mas não temos como saber se era suspeita ou de fato a criança ou adolescente está sofrendo abuso ou sendo explorado sexualmente se não for denunciado – concluiu.

Redação GJ

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