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Coronavírus

A PANDEMIA PODE MODIFICAR O PAPEL DO ESTADO E DA SOCIEDADE?

Vivendo na era dos riscos globalizados


Imagem captada web

Ainda ontem conversava com uma amiga sobre os efeitos diversos desse período de isolamento social. O risco de contaminação pelo vírus, risco de colapso no sistema de saúde, as inevitáveis consequências na economia, no emprego e sobretudo os riscos emocionais.

Sem sombra de dúvida o Covid19 é um vírus globalizado e com uma influência horizontal na sociedade, ou seja, ninguém está imune. A maioria da população pode ter uma resposta imunológica melhor, mas a salvo creio que ninguém esteja. Então, assim como o vírus se disseminou pelo planeta, a resposta a ele, com a produção de uma vacina eficaz, é aguardada mundialmente.

Em contrapartida, se o vírus tem esse caráter cosmopolita, as nossas atitudes voltam-se ao intimismo, ao isolamento e as políticas públicas locais pautadas na proteção e no acompanhamento da população são as mais indicadas. É possível, então, identificar duas grandes mudanças sociais:  uma individual e outra norteada pelo retorno da necessidade de uma maior presença estatal.

No âmbito individual, está reduzida a nossa necessidade de consumo, a rotina foi afetada, o trabalho, bem como a necessidade de cada um buscar um sentido em meio ao caos. No âmbito coletivo, revaloriza-se o papel do Estado tornando mais imperiosa a proteção dos direitos sociais.

O sociólogo alemão Ulrich Beck, desde a ocorrência das maiores alterações climáticas nas últimas décadas do século XX, já alertava no sentido de que esses riscos produzidos pela sociedade moderna guardam influência no comportamento humano. Beck também alertava no sentido de que as desigualdades sociais se aprofundam justamente em razão dos produtores dos maiores riscos climáticos, causados pela ausência de uma produção capitalista sem sustentabilidade.

Enfim, Beck faleceu antes de concluir a obra que aborda essa nova realidade mundial. Entretanto, a crise atual se encaixa perfeitamente na visão esperançosa que esse autor deixou como legado: a (re)distribuição justa dos riscos globais através de políticas públicas pensadas no contexto de uma sociedade que não está imune a qualquer infortúnio, tenha nacionalidade que tiver.

Referência

BECK, Ulrich. A Metamorfose do Mundo: novos conceitos para uma nova realidade. 1ª ed. Editora Zahar. Rio de Janeiro: 2018.

Redação GJ

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