Conheça a história e a trajetória de uma personalidade das mais importantes da região
Uma terra que respira história e tradição a cultura é um tema que não poderia ficar de fora em nosso especial. E aí ao falar em cultura, como não lembrar do protagonismo de Severino Rudes Moreira, não só dá região, mas do estado do Rio Grande do Sul.
O ano de 2019 foi mais um ano de reconhecimentos e de muito trabalho, inclusive recebendo a homenagem de cidadão bageense. Conheça mais do poeta, compositor, escritor, radialista, colunista, produtor e apresentador de eventos.
História e trajetória
Severino nasceu em Santana da Boa Vista em 05 de agosto de 1955, na região do Rodeio Velho local denominado Passo do Pessegueiro, quase ao pé do histórico Cerro da Ronda. “A luz era de lampião, a água trazida de balde de uma sanga e o ônibus mais próximo a 7 KM três vezes por semana. O Vilarejo mais próximo a 17 KM”, conta.
Cresceu na lida de campo e lavoura e desde os 8 anos já carreteava com quitanda para Minas do Camaquã. Sendo o sétimo de uma família de 13 irmãos, aos cinco anos ficou órfão de mãe e junto com os irmãos foram criados pelo pai viúvo e uma irmã com apenas 12 anos.
Sua formação começou estudando no Grupo Escolar Minas do Camaquã (Hoje Escola Professora Gladi Machado), Ginásio Doutor Julio Pignatari em Minas do Camaquã e posteriormente fez curso de Eletrotécnico a distancia pelas Escolas Internacionais da América Latina.
Aos 14 anos emancipou-se, saindo de casa para trabalhar e morar na casa de um primo. Esse primo era cego e junto com a esposa eram prestadores de serviço em casa para a Companhia Brasileira de Cobre. “Precisavam de alguém para ser seu guia e ajudar no trabalho. Uma das filhas desse casal se chama Deniz Moreira, reside em Bagé e até pouco tempo era diretora da Escola Santos Dumont”, lembra.
Em 1971 com 15 anos o primeiro emprego com carteira assinada, em Minas do Camaquã como Aprendiz de Eletricista na Companhia Brasileira de Cobre. Empresa do Grupo Pignatari.
Em 1974 com 18 anos prestou Concurso Publico conquistando uma das duas vagas existentes para ajudante de Eletricista na CEEE Usina de Candiota (na época Candiota era Bagé) e desde então mantém domicílio em Bagé e Candiota.
Em 1977 recém-casados com Alice Malaguêz Moreira migrou da CEEE para a empreiteira Miguel Arlindo Câmara (MAC). Foi quando adquiriu o primeiro imóvel em Bagé, onde construiu casa próximo a Igreja São Judas. Tem esse imóvel até hoje.
Em 1979 Saiu da empresa MAC para assumir a parte elétrica na Construtora Iguaçu em Bagé. Foi o executor de instalações elétricas, telefônicas e áudio em várias obras e entre elas do SENAC Rua Marechal Floriano, Haras Inshala e Haras Mondesir (hoje em área de Aceguá), E nos prédios da Prefeitura Municipal de Bagé, quando foram recebidos da Viação Férrea. Além de executar serviços de elétrica em obras da construtora em outros municípios.
Em 1982 ingressou na EBE Empresa Brasileira de Engenharia como eletricista na Montagem da fase B da Usina de Candiota, saindo em 1986 com o término da obra como encarregado da Manutenção Elétrica.
Ainda em 1986 retornou a CEEE por Concurso Publico com aterceira melhor nota do estado, ficando na empresa até aposentar em 1997.
Foi colunista em jornais por mais de dez anos, sendo um dos primeiros colunistas do Jornal a Primeira Folha (Candiota), foi colunista desde a primeira até e ultima edição do extinto Folha Do Pampa (Bagé) e do Jornal do Nativismo (Porto Alegre).
Atua em Radio a quase 30 anos, com passagem por Radio Cultura de Bagé (8 anos), Radio Clube de Bagé (2 anos) entre outras. Hoje atua na Radio Interativa de Candiota.
Tem quatro discos gravados e mais de 100 musicas de sua autoria. Atua em Festivais desde 1989, foi premiado no primeiro festival que participou e hoje tem um acervo de mais de 50 prêmios entre festivais, concursos de poesia, causos entre outras honrarias.
Algumas das musicas gravadas na voz de artistas como Cesar Passarinho, Eraci Rocha, Edson Otto, Luiz Marenco, Joca Martins, Cristiano Quevedo, Cesar Oliveira, Fabiano Bachieri, Nilton Ferreira, Juliano Javoski entre outros.
De Bagé tem musicas com Tiago Cesarino, Cassiano Mendes, Os quatro Irmãos, Sonido Del Alma Gaucha, Grupo à Moda Antiga entre outros.
Foi o primeiro representante de Bagé/Candiota a conquistar um premio na Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana.Vencendo umas das linhas do festival, na 31ª edição com a musica Estiagem em parceria com ZulmarBenitez, defendida por Eraci Rocha. Esse tema foi escrito durante a estiagem dos anos 80 em nossa região.
Foi premiado e avaliador nos dois festivais de Bagé. Foi Criador do primeiro Festival de intérpretes Amadores de Bagé nos anos 90 na Reculuta da Arte Gaucha do Grupo de Artes Nativas Campo Aberto acontecido na propriedade do senhor Walter Fagundes nos Olhos d´água e desde então foi organizador de festivais de interpretes no Campo Aberto, Rodeio dos Ventos, Canto Moleque entre outros.
Recebeu o Mérito Farroupilha pela Câmara de Vereadores de Candiota e pela Câmara de Vereadores de Bagé.
Sócio remido e Componente do depto Cultural do Grupo de Artes Nativas desde os anos 90 até a atual gestão.
Prestou serviços a todas as entidades tradicionalistas de Bagé e quase todas as demais da 18ª Região Tradicionalista, organizando, apresentando ou avaliando concursos artísticos e campeiros.
Foi avaliador da artística na Semana Crioula Internacional de Bagé por mais de vinte anos consecutivos, nas modalidades intérprete, declamação, trova, payada e instrumentista.
É Membro da Estancia da Poesia Crioula (Academia Xucra do Verso Gaúcho). É componente do Grupo MEB (Movimento dos Escritores Bageenses).
Tem nove livros publicados e hoje é um dos principais autores do catálogo da Martins Livreiro. A pioneira e principal editora em Literatura Regional do estado. A editora está em atividade ininterrupta desde 1954 e tem ainda em catálogo nomes como Jaime Caetano Braun, Apparicio Silva Rillo, Simões Lopes Neto, Luiz Menezes, Dimas Costa entre outros.
Todos os livros são de Literatura Regional, transitando por vários temas da cultura gaúcha. Causos, adágios, poesias e medicina caseira e todos foram lançados na Feira do Livro de Bagé e posteriormente em várias feiras pelo estado.
O próximo projeto que está em andamento é o primeiro romance regional com previsão de finalizar em 2020.
Severino Rudes Moreira. Tem 66 anos, é casado com Alice Malaguêz Moreira a 42 anos e tem três filhos. Daniela, Leonardo e Analice.