Especiais Outubro Rosa

Câncer de mama: da descoberta à convivência

: Estão sobrando exames de mamografia via SUS em Bagé, diz Secretaria de Saúde

Por Gente Jornal

10/10/2019 às 08:00:40 - Atualizado há
Berenice Brignol / Foto: Paulo Batista

O câncer de mama é o segundo tipo que mais acomete brasileiras, representando em torno de 25% de todos os cânceres que afetam o sexo feminino. Apesar de ninguém estar preparado para receber essa notícia impactante, ela não sentencia o fim das possibilidades, e quem passou por essa fase garante que há muito o que aprender durante essa jornada.

A personagem dessa história é Berenice Brignol, 51 anos, diagnosticada com câncer de mama em 2007. Seu cotidiano foi colocado em cheque quando, em mais um de seus dias atribulados, amamentando um dos filhos, trabalhando junto com o esposo e realizando o curso de técnico em enfermagem, percebeu ínguas na axila, dores no braço e na mama, foi quando resolveu fazer um check-up.

Na época com 38 anos, ela contou que fazia ecografias e não acusava nada e as mamografias eram disponibilizadas apenas para mulheres acima de 40 anos.  Berenice ficou nessa peregrinação de exames e consultas durante um ano, até a mamografia acusar microcalcificações BI-RADS 4, uma lesão altamente suspeita para câncer de mama.

“Meu filho mais novo mamou até os quatro anos, e foi nessa época que comecei a sentir os primeiros desconfortos. Eu tinha uma vida ativa, filhos, casa, curso e ainda ajudava meu marido no trabalho, além de realizar todas as minhas atividades a pé. Minha vida nessa época era muito estressante, pois eram muitas coisas para eu atender”, relembrou.

Ela contou que receber o resultado da biópsia que comprovou que era um carcinoma, ficou sem chão. “Pensava que fosse morrer e deixar meus filhos. Foi a pior dor que já senti, a dor do diagnóstico. Senti aquele frio no estômago e contar aos familiares foi um dos momentos mais difíceis, pois os filhos ainda eram pequenos e a preocupação com a doença já era enorme”, descreveu.

A paciente realizou cirurgia para retirada do tumor, fez quimioterapia por um tempo e foi classificada pelos médicos como curada do câncer de mama.  Mas a luta não terminou. Em 2014,  novamente Berenice descobriu que estava com metástase (células cancerosas) no fígado e em um dos pulmões. Novamente retornou ao tratamento quimioterápico, até que em 2018 foi descoberto que ela estava com metástase cerebral, para a qual realiza tratamento até hoje.

"Depois do câncer, passei a prezar por paz, por ambientes mais tranquilos", contou ela, com o olhar sereno e sábio de quem enfrentou um carcinoma invasivo no seio direito, células cancerosas em alguns órgãos e ainda em tratamento para combater as do cérebro, mas que em cada experiência, aprendeu uma lição de valorização de vida e hoje pratica yoga para combater a ansiedade.

Berenice ressalta que utiliza com muita frequência o transporte disponibilizado pela Secretaria de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência para seu tratamento que é realizado em Porto Alegre, além da realização de exames, como o hemograma, no Laboratório Municipal Dr. Breno Gasparri, de 21 em 21 dias, mamografias periódicas para acompanhamento, além de consultar e realizar o preventivo no Centro de Referência em Saúde Centro Social Urbano.

Disponibilização de mamografias em Bagé

No mês em que se celebra o Outubro Rosa, uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, a Secretaria de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência revela que sobram exames de mamografia no município.

De acordo com a coordenadora da Central de Exames da Secretaria de Saúde, Ildamar Martinez, não existe fila de espera para a realização de mamografia. “O período entre a solicitação, marcação e realização do exame fica dentro do mesmo mês. Para fazer o exame, basta procurar uma unidade básica de saúde onde um enfermeiro ou médico pode fazer a requisição”, explicou.

A Secretaria disponibiliza 130 para rastreamento, 30 unilateral e 30 bilaterais, totalizando 190 exames mensais. No mês de setembro, foram realizadas apenas 120 mamografias de rastreamento, indicando que em Bagé sobra este exame.

Em Pelotas, cidade há 188 quilômetros da Rainha da Fronteira, a realidade é bem diferente. Conforme noticiado em um jornal de circulação regional, atualmente existe mais de 600 mulheres na lista de espera por uma mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), regulado pela Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas.

O secretário de Saúde, Mário Mena Kalil, falou da felicidade em disponibilizar, inclusive com procedimento remanescente para as mulheres e também destacou a importância de realizar a mamografia. “O cuidado que temos com as nossas bageenses vai além do Outubro Rosa, tendo em vista a disponibilização de exames suficientes, inclusive sobrando para as mulheres da nossa cidade. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes de a pessoa ter sintomas. Mas o cuidado com a saúde e a prevenção contra o câncer de mama deve ser durante todo ano”, declarou.

Mesmo sendo uma doença que se manifesta por diversos motivos, o gestor conta que a amamentação, prática de exercícios e manter o peso ideal contribuem para a prevenção do câncer de mama.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o Brasil, foram estimados 59.700 casos novos de câncer de mama em 2019, com risco estimado de 56 casos a cada 100 mil mulheres.

Fonte: PrefBagé
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