Preservação dos direitos trabalhistas em meio à crise
Diante do cenário atual de isolamento social e expansão dos casos de Coronavírus pelo país é do movimento sindical que vem uma das principais vozes de resistência no que se refere à preservação dos direitos trabalhistas em meio à crise. E aí eu ressalto a importância do movimento sindical nisso, porque mais vidas não foram perdidas porque havia um movimento que estava negociando isso. Infelizmente, vemos várias categorias que não conseguem isso, e não é nem por causa do sindicato, e sim porque os sindicatos sofreram ataques do governo de Michel Temer (MDB) e agora deste de Jair Bolsonaro (sem partido) também, que quer desmontar o movimento sindical. É ataque em relação a tirar financiamento, desorganizar os sindicatos, etc. E agora nós percebemos, diante dessa pandemia, o quão importante é você ter um sindicato pra te defender.
Qual é a grande preocupação agora? É que começa a ter uma pressão no sentido de voltar por causa da economia, colocando como se a vida fosse menos importante do que a economia ou vice-versa. Nós começamos a ter receio sobre isso e negociamos que a volta, assim como a saída, será negociada. E, pra nós, o negociado é conforme as orientações médicas, e não as orientações de alguns governadores ou mesmo do presidente, que despreza vidas.
A gente já fez muito esse debate no movimento sindical, porque não tem um estado de você escolher entre a vida e a economia. O Estado é obrigado a te dar os dois. Você tem que ter a sua vida preservada e, se, pra isso, é necessário ficar em casa, é necessário que o Estado ti banque de alguma forma. Então, o Estado tem que ter políticas públicas, e por isso que a renda mínima é importantíssima neste momento. O ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente queriam uma de R$ 200, mas todo o movimento sindical e os partidos de esquerda conseguiram aumentar pra R$ 600, que nem é suficiente ainda. E, hoje, tem um grande problema, que é o fato de essa renda mínima atingido em torno de 40 milhões de trabalhadores, mas estão ficando mais de 40 milhões de trabalhadores fora disso porque eles resolvem que a economia é mais importante que a vida. Não vai existir uma economia pós-pandemia se as vidas não tiverem preservadas, então, não tem que ter isso de colocar uma coisa contra a outra. Isso tem que ser bancado.
Na próxima edição não percam continuaremos a falar dos sindicatos e a pandemia Covid-19.
Se possível #Fiquem_em_casa #Juntos_somos_fortes
Por: Marcelo Belmudes