Nesta sexta-feira (23/04), é celebrado o Dia Nacional da Educação de Surdos. Já amanhã, dia 24 de abril, se comemora o Dia Nacional da Libras. Em Bagé, esse assunto é tratado com seriedade. Há, inclusive, um projeto de lei em tramitação para transformar a Escola Municipal de Ensino Fundamental Fundação Bidart, que já é referência na educação de surdos, em um polo para este atendimento.
Atualmente, são seis alunos com surdez entre os anos iniciais e finais matriculados na rede municipal de ensino, todos na Escola Bidart. No quadro profissional especializado há três intérpretes – uma das quais aprovada no concurso mais recente - , uma professora surda para o Atendimento Educacional Especializado e ensino de Língua Brasileira de Sinais (Libras), além de uma professora que trabalha Libras/Português, fazendo as adequações do material pedagógico. É o que explica a Coordenadora da Educação Inclusiva do Município, Mara Rúbia Pinheirua Rosa.
Segundo Mara Rúbia, o projeto de tornar a Bidart um polo da educação de surdos é um anseio da própria comunidade, que já está sendo posto em prática. “Nós os chamamos para conversar na Secretaria de Educação, ouvimos suas demandas e entendemos que a caracterização da escola, que atende a alunos de diversos bairros e tem facilidade de acesso ao transporte público, permitiria essa centralização”, explicou. O projeto prevê a adequação da escola às necessidades da comunidade surda.
Dentre as atividades realizadas na escola, Mara Rúbia destacou o Momento Libras, no qual os alunos ouvintes recebem aulas da língua de sinais para se comunicar com os colegas surdos. Outro ponto importante é a possibilidade de conexão entre os alunos com surdez. “Eles sinalizaram que, quando estavam em escolas separadas, não tinham contato entre si e ficavam restritos à comunicação com o intérprete. Toda a comunidade ganhou com esse contato”, afirmou a coordenadora.
Mesmo dispondo de todo o aparato necessário, não é obrigatório que os alunos surdos sejam atendidos exclusivamente na Bidart. “Os pais têm todo o direito de optar por outra instituição e terão intérprete à disposição para isso”, afirmou.
Para o prefeito Divaldo Lara, esse trabalho é motivo de orgulho. "Temos uma política de inclusão muito bem trabalhada na educação da nossa cidade, que nos dá muito orgulho. E queremos fazer muito mais", afirmou.
Texto: Eutalita Bezerra/Especial GJ