O FIM DA ERA PTB PODE ESTAR SE APROXIMANDO

Escreveria sobre a intervenção americana no país e sua busca pelo nosso petróleo e o que eles estão fazendo conosco. Depois pensei em escrever sobre a prisão do Deputado do PSL – Daniel Silveira, um troglodita, machista, homofóbico, fascista e genocida. Todavia, já é assunto muito batido.

Decidi escrever sobre a dívida do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro. Tal dívida pode provocar, segundo analistas, uma debandada do partido e isso pode acabar com a sigla e com a ascensão política de muitos petebistas.

Cito, por exemplo, os irmãos Lara – os mais proeminentes, deputado Luis Augusto Lara e seu irmão, prefeito Divaldo Lara. O primeiro está no sexto mandato como deputado estadual e a tendência é que ele seja, como deputado mais antigo, indicado ao Tribunal de Contas do Estado – TCE ou ao Tribunal Militar do Estado. Não obstante, caso não consiga uma dessas vagas citadas acima, tentará mais uma vez a reeleição. A questão é: se ele continuar no PTB, certamente, vai ser reeleito, porém, caso migre para outra legenda – a dificuldade de reeleição aumenta, pois os outros partidos já têm seus caciques estruturados. Por exemplo, caso o Deputado migre para o PP, DEM, PSDB, MDB ou PSL terá dificuldades, pois todas elas têm  uma estrutura robusta e uma legenda complexa de votos, ou seja, se o Deputado Lara mantiver a votação que fez, pode não se eleger – terá que fazer mais de 80 mil votos para ser o último eleito de qualquer das agremiações citadas acima.

O mesmo ocorre para com o prefeito, Divaldo Lara. Caso esta debandada se confirme, sua carreira política, como protagonista, pode estar findando.

Veja, caro leitor e internauta. O prefeito confirmou, em entrevista, que pode concorrer ao congresso – seja como suplente da Senadora Ana Amélia ou como candidato a Deputado Federal. Contudo, a sua migração de legenda o coloca fora de qualquer páreo, pois vai ser soldado novo na nova sigla. Certamente, o PP tem outros caciques pleiteando a vaga de suplente de senador e outros líderes que são, certamente, campeões devotos e não deixarão um recém-chegado galgar o posto deles. Vejam – Bagé tem o Deputado Afonso Hamm, um líder constituto e estruturado dos progressistas que, com certeza, não vai querer abrir mão de seu espaço e de sua candidatura para um novato – mesmo que este tenha uma trajetória política, como a de Divaldo Lara.

No DEM, no PSL, no PSDB e no MDB a dificuldade dos Laras de conquistar uma vitória aumenta, mesmo com as votações já estabelecidas. Na minha óptica, caso haja, realmente, a migração, a possibilidade de alguns petebistas, entre eles o prefeito Divaldo e o Deputado Luis Augusto, de continuar ascendendo politicamente seria, na melhor hipótese, o PT, pois a votação de ambos seria beneficiada pela legenda e poderiam se eleger, Deputado Federal e Estadual, tranquilamente. O problema é a relação construída entre os Laras e o PT; outro problema seria o discurso, pois ambos passaram atacando e culpando o PT e defendendo, em tese, Bolsonaro. Será que o eleitorado aceitaria, passivamente, tal migração?

Os petebistas têm a possibilidade de migrarem para o Aliança 38 ou para o PDT, porém são duas siglas enfraquecidas; a primeira não conseguiu sair da casca, mesmo tendo o Presidente da República como garoto propaganda. A segunda vem decaindo no estado e no país, após a morte de seu líder, Leonel Brizola. Sem falar que os brizolistas já possuem seus caciques institucionalizados e, certamente, não vão querer dar espaços a novatos.

Lembro-lhes, caros leitores, que posso estar extremamente equivocado, porém acredito ser um debate pertinente e uma avaliação a ser considerada e que, com certeza, está sendo aventada pelos protagonistas desta crise partidária, ou seja, pelos petebistas.

Por: Mauricio Campos