Após entrevista com a vereadora Beatriz Souza aconteceram contatos que questionavam se eu era imparcial e tinha opinião ou posição sobre o tema. Na ocasião, respondi que era imparcial e que o espaço estava aberto para o contra – ponto; afirmei que, como entrevistador ou repórter, não tinha posição e nem opinião, mas tenho opinião e posição como cidadão e articulista deste espaço.
Recentemente fiz uma entrevista com uma vereadora de Bagé – RS; a parlamentar havia sofrido um ataque covarde e vil nas dependências da câmara. Na legislatura passada, a casa legislativa Bajeense estava fechada, para o grande público, em virtude da pandemia; na ocasião só podia entrar parlamentares, assessores e servidores, no entanto, em um dia de sessão, um cidadão destemperado e desesperado, para dizer o mínimo de adjetivos, adentrou no recinto com dois cães galgos e proferiu acusações e impropérios a vereadora Beatriz Souza – PSB.
A posteriori a publicação, em vídeo, da entrevista com a edil, recebi dezenas de contatos de defensores da causa da corrida de galgos, cavalos e defensores de rodeios. Os contatos questionavam se eu era imparcial e tinha opinião ou posição sobre o tema. Na ocasião, respondi que era imparcial e que o espaço estava aberto para o contra – ponto; afirmei que, como entrevistador ou repórter, não tinha posição e nem opinião, mas tenho opinião e posição como cidadão e articulista deste espaço. Quem não sabe a diferença das funções de articulista, repórter, entrevistador, âncora e afins - vá estudar comunicação (escrevo isto, pois não vou ater- me nas explicações de cada função. Não é este o objetivo deste artigo).
Pois bem, como articulista e cidadão defendo o fim dos rodeios, das corridas de cães -sejam de qual raça for - e das corridas de cavalos. Defendo a tese, baseado em leituras de estudos acadêmicos e de matérias jornalísticas, como as da TVI de Portugal e das emissoras americanas e europeias, que mostram o que há por trás de tal prática denominada esporte.
Quem ama, realmente, os animais não liga para fim das corridas de galgos, para o fim das corridas de cavalos, para o fim dos rodeios e das touradas. Só perde a compostura quem tem algo a perder com o fim destas práticas, ou seja, quem vive de apostas, quem vive da venda do sangue dos animais, pois conforme matéria da TV Portuguesa – os galgos são doadores universais e por isso seu sangue é vendido e comercializado mundialmente, mas de que maneira?
Veja a matéria da TVI no link abaixo
Conforme estudos científicos feitos pelas universidades europeias e, principalmente, portuguesa, os animais têm porte atlético e são, realmente, em sua estrutura, preparados e afeitos a corridas, porém correr quando lhes convém e não por coerção humana ou abaixo de anabolizantes.
No caso dos rodeios, os cavalos são utilizados para gineteadas, paleteadas e outras atividades do gênero, mas até que ponto isto é esporte? O cavalo, culturalmente, é utilizado para ajudar o homem do campo nas suas tarefas diárias e não para ser esporeado ou utilizado em gineteadas ou paleteadas e tiro de laço.
Até que ponto as carreiras ou corridas de cavalos é salutar para o animal? Será que ele está correndo de livre e espontânea vontade ou está correndo a base de esporas e coerção humana, além de anabolizantes?
Qual o fundamento dos rodeios? Perseguir uma vaca, atirar o laço ou paletear – se isso não é maus tratos, não sei o que é, mas esporte não é.
Qual o fundamento das gineteadas? Montar em cima e sair esporando e corcoveando até o animal cansar.
Qual o fundamento das touradas? Enfiar diversas espadas ou facas no touro, por quê?
Qual o fundamento das corridas de galgos? Fazer eles correrem, sob coerção humana, atrás de lebres artificiais. Mas será que, realmente, naquele momento, eles queriam correr?
Os defensores destas atrocidades vão afirmar que animal não tem querer, que rodeios e corridas são esportes culturais. Esporte para quem, caros amigos? Para quem aposta, para quem gineteia, para quem atira o laço, para quem vende ingresso, para quem comercializa lanches e bebidas nestes “EVENTOS”. Vão afirmar, ainda, que é cultural – ora, amigos e leitores – as lutas com gladiadores até a morte, no Império Romano, também eram culturais; as lutas feitas, até a morte, com prisioneiros de guerra – durante a primeira e segunda grande guerra - também eram culturais e consideradas esportes.
Lembremo-nos que atirar Cristãos aos leões, no coliseu Romano, era considerado esporte, era jogo, ou seja, era cultural – veja matéria da Super Interessante no link abaixo:
Como os cristãos eram executados nas arenas romanas? | Super (abril.com.br)
Os defensores destas práticas nefastas vão afirmar que é diferente - naquela época atiravam os seres humanos para a morte – desta vez os humanos utilizam os animais para esporte. Será? Qual a graça? Qual a glória? Onde está o esporte nisso?
Baseamo-nos no conceito, segundo a ciência, de esporte. Conforme o site Educa mais - Bolsas de Estudo de até 70% para Faculdades e Escolas | Educa Mais Brasil
O conceito de esporte pode ser definido como: “atividades físicas que visam equilibrar a saúde ou melhorar a aptidão física/mental. Além disso, é possível afirmar que os esportes são atividades sujeitas a regulamentos e que geralmente visam à competição entre os praticantes.
No âmbito social, os esportes podem ser identificados como um fenômeno sociocultural, que envolve a prática de atividades físicas com caráter recreativo ou profissional. Tais atividades também podem contribuir para a formação, o desenvolvimento e a inclusão do indivíduo na sociedade.
Digam-me onde está a recreação, a inclusão social, os regulamentos e a competição entre praticantes?
Digam-me onde está, nas corridas de galgos, cavalos e nos rodeios a atividade física dos participantes – humanos? Onde está o equilíbrio físico e mental? Onde está o equilibro da saúde?
Conforme o mesmo site, esportes são corridas, basquete, xadrez, padel, futebol, voleybol, andebol – ou seja – práticas que exigem do físico humano, portanto, podemos deduzir que qualquer coisa que fuja a isso não é prática de esportes, embora seja cultural. Lembremo-nos que a cultura não é estanque, ou seja, ela é mutável – graças a Deus, pois caso contrário estaríamos vendo Cristãos serem devorados por leões, homens e mulheres sendo obrigados, como prisioneiros de guerra, a lutarem até a morte para divertir o tirano - mor.
Por fim, trago o estudo feito pelo congresso de Portugal para robustecer e subsidiar a lei que proíbe corridas de cães – vejam o link: Iniciativa legislativa | PROIBIÇÃO DAS CORRIDAS DE CÃES EM PORTUGAL (parlamento.pt)
Para concluir, trago a seguinte reflexão: Quem ama, realmente, os animais, não liga para o fim de rodeios e corridas de cães e cavalos, só fica destemperado quem tem algo nebuloso por trás de tais práticas.
Por: Mauricio Campos