Caros leitores e internautas, escreveria sobre o ataque cretino que uma parlamentar, defensora da causa animal, sofreu. Porém, como é fim de ano, optei por tratar de um assunto apaixonante para mim – o xadrez.
Tocarei tambor para loucos, covardes e destemperados dançarem no futuro – escreverei sobre ALCA – Aliança de Livre Comércio das Américas; sobre a CIA e a interferência dos EUA no Brasil; tratarei sobre maus tratos de animais e corridas de galgos, cavalos e etc.
Mas, voltemos ao tópico principal – o xadrez. Há estudos mostrando que o esporte, em questão, é altamente tecnológico e contribui na formação de uma sociedade mais aguçada intelectualmente.
Isabela Ferreira e Cíntia Tortato - duas pedagogas paranaenses - escreveram um estudo na revista MUNDI Sociais e Humanas. No estudo, as autoras afirmam que o xadrez, embora milenar, é muito tecnológico; o advogado Emerson Silva – enxadrista Bajeense – afirma que o xadrez é uma aula para a vida, pois através da prática desse esporte podemos avaliar nossas ações e suas consequências na sociedade. Tal afirmação corrobora com a tese de Isabela e Cíntia, pois as acadêmicas entendem que o esporte, objeto deste artigo, é tecnológico, pois traz a tona para quem o pratica o raciocínio lógico, o senso crítico, a paciência e aguça o raciocínio matemático.
Para confirmar a tese de Silva e das pedagogas, podemos usar como exemplo Cuba e Rússia, destes países saíram os grandes mestres e grandes campeões mundiais; nestas localidades há grandes gênicos da ciência, da matemática, química e áreas afins – por que afirmo isso? Simples, afirmo baseado na história. Nestas localidades, o xadrez é parte do currículo escolar e isso contribui muito para o avanço intelectual, pois os alunos vão aprendendo que perder uma peça, não significa perder o jogo, muito pelo contrário, mostra que a estratégia deve ser reavaliada – o que abre o olhar para outras diversas possibilidades dentro do tabuleiro. Muitos cubanos e russos acabaram se aprimorando na matemática, na química, na bilogia e na física, graças ao xadrez e a sua função.
No Brasil, grandes enxadristas tornaram - se engenheiros, médicos, jornalistas, advogados, estadistas, diplomatas e etc. Infelizmente, embora, conforme Cintia e Isabela, o xadrez seja praticado em todas as classes sociais, no país só ascendeu quem teve condições de ter um professor particular ou pagar uma mensalidade em algum clube.
Devido a isso, nosso país, neste aspecto, deveria imitar os países citados acima, ou seja, incluir no currículo escolar a disciplina de xadrez, pois, certamente, faria com que mais crianças, adolescentes e estudantes tivessem acesso e começassem a apreciar e analisar esta arte milenar; com certeza, tal feito – de incluir este esporte como disciplina – faria com que mais adolescentes tivessem mais força de vontade, paciência, pensamento crítico e senso aguçado de matemática, o que daria boas chances de disputar vagas nos concursos, nos vestibulares e nas escolas públicas e militares quase em pé de igualdade. Afirmo quase, pois saliento que em nosso país ainda há muita desigualdade social, o que não contribui, realmente, para a meritocracia.
O xadrez é um jogo que retrata, através de suas peças, uma guerra – o tabuleiro é o campo de batalha, conforme Cintia, Isabela e Silva. Ele, xadrez, nos mostra a consequência de nossos atos ou possíveis erros no tabuleiro – caso sejamos afoitos, poderemos perder peças importantes e, com isso, perder o jogo ou o torneio. Trazendo para o cotidiano, a vida, conforme Silva, é nosso tabuleiro e nós devemos avaliar e reavaliar qual peça iremos mover – as vezes o silêncio é a melhor estratégia; outras vezes ficar na discrição é a melhor escolha.
O xadrez nos ensina que somos senhores de nossos silêncios e escravos de nossas palavras – dentro do tabuleiro, somos senhores de nossos acertos e escravos de nossos erros, conforme Luis Alberto Silva (Chico).
Por: Mauricio Campos