Um artigo escrito de modo mais leve, mas com reflexões importantes
Por quê me identifico com o comunismo e com a esquerda? Simples, porque sei o meu lugar. Sou filho de servidores públicos – professores, ou seja, eles labutaram e usufruíram da segurança que o serviço público (que está sob ataque covarde e canalha de uma elite inescrupulosa) para me dar estudo e uma qualidade de vida melhor do que eles tiveram.
Identifico-me com a esquerda e com o comunismo, pois estes, embora os erros, defendem a dignidade humana, a solidariedade, a igualdade de condições, a luta contra a homofobia, o racismo, o machismo e defendem a ressocialização dos marginalizados.
Por quê me auto - denomino comunista nutela? Simples, em 2008 fui candidato a vereador da minha terra – Bagé/RS; na ocasião fiz 173 votos (contando com o meu). Acredito ser defensor da luta por igualdade; creio lutar pelo fim da exclusão, da miséria, do desemprego, da fome, da exploração, do capitalismo selvagem, do bolsonarismo, do fascismo e etc. Pois bem, como acredito ser de esquerda e lutar em defesa do pobre e do oprimido, no ano de 2008, decidi concorrer – fiquei pasmo ao não me eleger e ao verificar que a grande maioria dos meus 173 votos foram no centro da cidade, ou seja, comunista nutela, pois defendo o fim da exclusão, do capitalismo e do bolsonarismo, mas não obtive grande votação na periferia.
Assim como tem aquela tradicional máxima – Gaúcho de apartamento, frase que retrata o cidadão que não vive no campo e que só se pilcha na semana farroupilha; existe o comunista nutela – aquele que defende os pobres, o fim da exploração capitalista, mas que não obtém êxito entre seus defendidos. Comunista nutela é aquele que decide ser candidato e obtém grande parte de sua votação no ambiente da elite capitalista. Dá para dizer, sem mágoas, que este sou eu.
Por Mauricio Campos