Opinião

REFORMA ADMINISTRATIVA

A reforma, do jeito que está proposta, cria uma desigualdade, uma injustiça e cria medo

Por Gente Jornal

17/09/2020 às 17:10:12 - Atualizado há
Mauricio Campos / Foto: Arquivo Pessoal

A quem interessa a reforma administrativa, no setor público, proposta por Paulo Guedes? Por que militares, Deputados, Senadores, Juízes e Membros do Ministério Público não estão inclusos?

Os Deputados, senadores, Ministério Público e Juízes não foram inclusos como forma de estratégia, pois o governo sabia que se os incluísse – tal reforma não teria a mínima chance de passar no congresso. A reforma, do jeito que está proposta, cria uma desigualdade, uma injustiça e cria medo. Abre espaço para que haja assédio moral e para que os gestores trabalhem com o medo do desemprego, ou seja, gestores inescrupulosos terão a legitimidade de intimidar, perseguir e ameaçar servidores; não trabalharão com servidores capacitados, técnicos e satisfeitos, mas com servidores transtornados e preocupados com o fantasma da demissão

A estabilidade no serviço público é um ato de estado, ou seja, o estado é uma figura que é representada pelo gestor, portanto o servidor estável não representa Bolsonaro, Lula ou Dilma, mas o estado; é este servidor que faz, com galhardia, o estado se fazer presente onde a iniciativa privada, por interesses capitalistas, não se faz.

O governo apresenta uma proposta estapafúrdia, pois tal reforma escraviza e aterroriza, psicologicamente, o servidor e interessa àqueles gestores que não têm caráter e escrúpulos; aqueles que gostam de milicias, de rachadinhas, de sucatear órgãos públicos e de enriquecer ilicitamente. Tal projeto abre brecha para contratações de estafetas incompetentes e preguiçosos, pois não têm a capacidade de se sacrificar e se dedicar aos estudos para passar em concurso.

Bolsonaro trabalha com a desinformação, pois afirma que vai acabar com a aposentadoria compulsória que havia como forma de punição – caro presidente, quem tem direito a tal aposentadoria são os juízes e estes não estão sendo inclusos, até o momento, na PEC – Proposta de Emenda a Constituição. O ilustre presidente afirma que vai acabar com os mais de 30 dias de férias dos servidores, creio que Vossa Excelência tenha ficado muto tempo no congresso, pois não sabe que o servidor concursado tem, somente, 30 dias de férias e que quem tem mais de 30, 60 e 90 dias de férias são os congressistas e integrantes do Ministério Público e judiciário – entidades não afetadas, ainda, pela PEC.

Caros leitores e internautas, se hoje já há estafetas que andam com políticos como papagaio de pirata – sempre na volata ou no ombro - buscando um carguinho ou uma boca, imaginem se esta reforma for aprovada. Vou dar um exemplo – tenho feito, como jornalista, a cobertura de diversas convenções partidárias e tenho visto dezenas de parasitas bajulando o candidato a prefeito ou o candidato a reeleição – tudo para se manter na boquinha e ficar em uma mesa sem computador, somente, no face e no whats – já vi esta cena várias vezes. Por que estes adulões não estudam? Por que não sentam num cursinho, numa cadeira por 6, 7, 8h e baixam a cabeça nos livros?

Caríssimos, a quem interessa tal reforma? Reflitam. Por que o governo federal e Paulo Guedes quer fazer tal reforma? Quem paga pela corrupção, formação de quadrilha, rachadinhas e milicias são os servidores públicos e não os autores dos maus feitos.

Tal reforma vai legalizar o ilícito dos gestores públicos, Ccs, Rpas e contratos, pois se o servidor denunciar - certamente, perderá o emprego.

Por que o senhor Bolsonaro não taxa as grandes fortunas? Não taxa jatinhos, iates, helicópteros e lanchas? Por que não taxa transações na bolsa de valores? Lugar utilizado, por vários, para lavar dinheiro.

O governo deveria estar agindo ao contrário, pois deveria estar valorizando o servidor público e fomentando concurso, pois robusteceria o estado e qualificaria o atendimento e o serviço prestado à população e aos contribuintes. Um estado com mais servidores públicos concursados gera uma economia milionária, pois diminui a necessidade de Ccs, Rpas, contratos terceirizados e temporários, além de qualificar, pois os concursados são capacitados, qualificados e técnicos.

Por: Mauricio Campos

Fonte: Redação GJ
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