Saiu do futsal direto para o campo e conseguiu se adaptar, trabalhava como faxineira e foi jogar no Grêmio com carteira assinada como atleta, nem mesmo uma séria contusão a tirou do foco em realizar seus sonhos
A entrevistada de hoje da coluna Damas da Bola é a meia campista Jéssica Alves conhecida como Jeeh Alves que defende as cores do seu time do coração, o Grêmio. Desde 2017, quando fez a seletiva e foi aprovada, vindo a ser campeã do Campeonato Gaúcho em 2018 . Antes de chegar ao Grêmio Jeeh Alves trabalhava como faxineira, uma rotina diária bem dura, porém agora ela conta com a carteira de trabalho assinada e sonha em dar uma condição de vida melhor para seus pais. Jeeh Alves saiu do futsal direto para o campo e conseguiu se adaptar bem, ela conseguiu trazer para os gramados principalmente os dribles curtos que muitas vezes ela usa para desafogar as jogadas no meio campo e armar ataques perigosos para seus adversários.
Em 2019 Jeeh Alves precisou passar por uma delicada cirurgia no ligamento cruzado anterior do joelho perdendo toda a temporada, mas agora já totalmente recuperada Jeeh Alves projeta um 2020 muito bom com a camiseta do Grêmio, recuperando a confiança. Abaixo vocês conferem sua trajetória pelos gramados do Brasil.
Com que idade você começou a gostar de futebol?
Comecei a gostar desde os cinco anos de idade, já brincava com a bola.
Quantos Campeonatos Gaúchos você já disputou com a camiseta do Grêmio?
Dois, em 2017 e 2018.
Você passou por alguma escolinha de base?
Antes de entrar no Grêmio eu jogava salão apenas, não tive base de campo.
Qual a sensação de ser aprovada na seletiva do Grêmio em 2017?
Melhor impossível, primeiro por amar jogar futebol e no time do coração.
Quem te incentivou para fazer a seletiva?
Meu ex professor de salão, Ronaldo e alguns amigos.
Você em 2019 não chegou a atuar, mas continua no Grêmio?
Estou no Grêmio, estou voltando de lesão, 2019 não joguei, pois fiz a cirurgia de ligamento cruzado anterior do joelho [Ica] em 05 de Abril.
Tua lesão foi jogando?
Me lesionei num treino.
Como foi lidar com essa lesão?
Bem difícil, pois estava num momento muito bom no futebol, mas em contra partida me tornei mais forte.
Antes de você jogar no Grêmio você trabalhava como faxineira?
Sim. Antes de entrar no Grêmio eu já trabalhava como faxineira durante um ano e meio mais ou menos.
Quais teus objetivos agora?
Sempre tive sonhos de um dia chegar quem sabe numa Seleção Brasileira, sei que trabalhando muito, tendo muita fé, tudo pode acontecer. Meu outro objetivo é ajudar minha família a ter uma vida melhor.
Quais teus pontos fortes?
Meus pontos fortes é gostar de treinar, treino traz resultado, cabeça centrada, hoje eu estou muito focada, acredito que tudo isso me torna forte e saber que eu posso chegar sim e eu tenho muita fé em Deus.
Lembra a melhor partida com a camiseta do Grêmio?
Um jogo que eu não esqueço, onde marquei dois gols foi contra o Oriente, porque ali eu vi que estava muito bem fisicamente, fazendo as melhores jogadas, ajudando meu grupo coletivamente e saímos com o resultado positivo.
Quais jogadoras você é fã?
As jogadoras que eu sou fã é Marta e Formiga.
Tem previsão do retorno aos treinos do Grêmio?
Então era para a equipe voltar este final de semana, mas ainda estamos aguardando o ok da direção. Estamos treinando em casa.
Você mora no alojamento do clube?
Eu moro com meus pais.
Você lá no inicio imaginava chegar no Grêmio e ainda ter a carteira assinada?
Nunca imaginei que hoje estaria jogando por um grande clube como o Grêmio e assinar a carteira foi algo muito gratificante em minha vida, um sonho realizado.
Como é trabalhar com a professora Patrícia Gusmão?
Professora Patrícia Gusmão grande profissional, pessoa do bem, não tenho o que reclamar, pois sempre me escutou e me ajudou também com conversas.
Como é sair do futsal e chegar no Grêmio?
Sair do salão e ir para o campo em 2017 foi um pouco diferente, o domínio a batida na bola, mas também os dribles curtos do salão me ajudou no campo, logo foi adaptação dentro de campo, um pouco mais de posicionamento e tudo foi se encaixando.
Você prefere fazer o gol ou deixar a atacante na cara do gol?
Minha característica é armar as jogadas e deixar as atacantes na cara do gol, um passe correto deixando as atacantes de frente para o gol é como eu fazer um gol também.
Qual a sensação de ser campeã Gaúcha?
É contagiante, alegria que transborda por estar num grupo que foi vencedor e campeão.
A Eudimilla é muito diferenciada mesmo como todos comentam?
Ela é nova e tem muita qualidade, muito habilidosa, tem tudo para se tornar uma grande jogadora, eu gosto muito e admiro já o futebol dela.
Tem algo que você gostaria de acrescentar?
Já que entramos no assunto da “diferença”, eu queria deixar um recado para todas as meninas novas que estão surgindo, para todas aquelas que ainda tenham sonhos, de que nunca desistam de jogar, de querer estar em algum clube, de poder ver o futebol como seu trabalho e poder ajudar suas famílias e conquistar seus objetivos. A caminhada para muitas pode ser muito difícil, para quem tem muita fé e sonha tudo é possível.
Ficha Técnica
Nome: Jéssica Alves da Silva/ conhecida como Jeeh Alves
Idade: 26 anos
Peso: 60 kg
Altura: 1,54
Posição: Meio campo central
Por: Cléo Moura