Opinião Grande capital

O ESPECTRO DO DESEMPREGO E DA FALÊNCIA DA DIGNIDADE HUMANA

Caríssimos leitores, iria escrever sobre o espectro do nazifascismo que assola nosso país, porém me senti obrigado a fazer esta reflexão

Por Gente Jornal

21/08/2020 às 15:55:07 - Atualizado há
Imagem captada web

Nos últimos anos o espectro do desemprego e do capitalismo selvagem vem se alastrando como pólvora, profissionais de diversas áreas do conhecimento perdendo emprego e, muitas vezes, vivendo de sub- empregos ou de bicos (changas).

O que ocasionou isso?

Será a extrema direita no poder? Será estes novos governantes que flertam com o nazifascismo com o apoio de parte da mídia e de sub – celebridades como Adriles Jorge e Paulo Mathias – Morning Show da rádio Joven Pan?

É triste ver uma pessoa que estudou e sonha em seguir estudando, para melhorar o sistema educacional e melhorar a vida das pessoas a sua volta, perdendo, diariamente, o prazer pela vida, a vontade de lutar, de sorrir, de sair para a rua e de acordar  - tudo fruto de um capitalismo exploratório desenfreado que gera, a cada dia, mais desempregados.

O fantasma do desemprego assola a todos e, com o passar do tempo, vai aniquilando com a dignidade humana do desempregado, com sua estrutura familiar e vai dando, cada vez mais, voz e vasão aos medos humanos. Medos como: passar fome, morar na rua, não poder alimentar sua família, viver dependendo de seu parceiro(a) ou cônjuge.

Recentemente, houve uma grande crise na área da educação – fruto dos ataques do estado para com a educação superior, CNPQ e ciência; este ataque, covarde e atros, fez dezenas de pessoas qualificadas, com mestrado e doutorado, tornarem-se estatísticas na fila do desemprego. Para estas pessoas, o emprego é mais difícil, pois já estão beirando os 40 anos de idade e a qualificação ou é muito alta para o cargo pleiteado ou não há vaga para os cargos cuja a qualificação do candidato foi feita.

Imaginem, caros leitores, um professor de química, com mestrado na área, perder seu emprego de professor e ficar mais de anos a procura de um novo emprego; imaginem que ele consegue dar aulas em cursinhos, mas com salários irrisórios e sem carteira assinada; imaginem que ele ou ela tenha passado em concursos públicos, mas ainda não tenha sido nomeado - nomeação esperada há longos anos; imagine, caro amigo, que este professor tenta dar aulas particulares – mas o dinheiro não dá para pagar a luz; imaginem as contas, deste cidadão, se acumulando e, somente, o cônjuge deste químico arcando com tudo – uma hora a água passa do nariz e a crise familiar eclode. O químico começa a se deprimir, tem vergonha de sair à rua e largar currículo, pois já não tem mais vigor para ouvir não ou ver seu currículo ser posto em uma gaveta, sem falar nos olhares recebidos – olhares de pena ou julgadores. O professor começa a se achar um fardo na vida do parceiro(a), na vida dos familiares – tanto que começa, inconscientemente, desejar a morte ou sumir do mundo, pois deseja que sua família seja feliz e viva a vida, tranquilamente, sem aquela boca a mais, sem aquele gasto a mais - gastos estes que poderiam ser convertidos em conforto, lazer e entretenimento.

Tudo isso ocorre por ganância de empreendedores e defensores do estado mínimo, do grande capital, pois são egoístas que desejam cada vez mais ser mais ricos, cada vez mais expropriar o direito, a dignidade e o trabalho do trabalhador, do educador e do servidor público – tudo isso institucionalizado por parte de uma mídia e por um governo que flerta, diariamente, com o nazismo.

É triste ver o espectro do desemprego robustecendo em nosso país e com isso a dignidade humana e o cerne familiar entrando em falência - as consequências já estão postas, pois há mais de 25 milhões de desempregados, centenas de separações e novos moradores de rua.

Por: Mauricio Campos

Fonte: Redação GJ
Comunicar erro
Gente Jornal

© 2025 Gente Jornal
Reprodução autorizada mediante citação do Gente Jornal

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Gente Jornal