A 7ª etapa da pesquisa Epicovid, apresentada nesta quinta-feira (20/08) e coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), indica que existe uma pessoa contaminada pelo novo coronavírus a cada grupo de 82 pessoas no Rio Grande do Sul. É a menor proporção alcançada desde o início do estudo, em abril, o que representa o avanço da doença no Estado. “No começo era um positivo a cada dois mil habitantes, e hoje é um positivo a cada 82 habitantes. Cada vez mais diminui o grupo de pessoas para que a gente tenha, infelizmente, uma pessoa com teste positivo”, explicou Pedro Hallal, reitor da UFPel.
A 7ª fase do estudo foi realizada entre os dias 14 e 16 de agosto, com 4.500 testes rápidos aplicados em nove cidades: Caxias do Sul, Passo Fundo, Porto Alegre, Ijuí, Santa Maria, Pelotas, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul e Canoas. Juntas, as nove cidades representam 31% da população gaúcha.
Dos 4.500 testes aplicados, 55 deram positivo, a maior incidência até então — foram 43 positivos na fase anterior. Com isso, a pesquisa aponta que 1,2% da população gaúcha tenha anticorpos contra o vírus, o que significaria uma pessoa infectada a cada 82 habitantes, ou 139 mil pessoas com anticorpos de uma população total de 11,3 milhões no Estado. Visto em perspectiva ao longo da pandemia no RS, se na primeira fase do estudo era 0,05% da população gaúcha infectada e na fase anterior, realizada no final de julho, chegou a quase 1%, agora a evolução da prevalência está em 1,2% da população do Estado.
Nesta última fase da pesquisa, dos 55 casos positivos, foram 11 em Porto Alegre e 12 em Canoas (mostrando a alta incidência de contágio na região metropolitana), além de seis em Passo Fundo e em Caxias do Sul, quatro em Santa Maria e Ijuí, oito em Pelotas e dois Santa Cruz do Sul e Uruguaiana.
Durante a apresentação dos novos resultados do estudo, o reitor da UFPel destacou a diminuição de contaminados estimados pela pesquisa, em comparação com aqueles efetivamente detectados no Estado. Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) desta quarta-feira (20) indicam que o RS tem 104 mil casos confirmados, enquanto o estudo da UFPel projeta 139 mil pessoas infectadas.
“A diferença entre o número estimado pela pesquisa e o número de casos confirmados vem diminuindo com o passar do tempo, o que significa que o governo conseguiu ampliar a testagem no Estado”, acredita Pedro Hallal. Ele ainda enfatizou que nas primeiras fases da pesquisa, para cada caso positivo existiam quase 10 outros “escondidos” na população, estimativa que agora diminui para 1,4. “Isso mostra que conseguimos identificar melhor as pessoas infectadas e representa o sucesso do Estado no combate a pandemia.”
Somando todas as sete fases do estudo, os testes aplicados nos familiares das pessoas contaminadas apontam 67% de negativos e 33% de positivos. A 8ª fase do estudo está prevista para o começo de setembro.
Redação GJ / Sul 21