RACHELE, A MEIA CAMPISTA CLÁSSICA DAS MINAS DE CANDIOTA

A entrevistada de hoje da coluna Damas da Bola é a meia campista de 18 anos, Rachele Facco, moradora de Herval e veste a camisa 10 das Minas de Candiota desde 2016, sendo inclusive vice campeã gaúcha sub-18 em 2018.  Rachele é aquela meia campista clássica, inteligente que arma os principais ataques e organiza o meio campo com calma e muita categoria, sempre dando bons passes e servindo de desafogo para sua equipe. Em 2019, Rachele sofreu uma fratura na fíbula ficando fora de quase toda a temporada, fazendo muita falta para a João Emilio, mas agora totalmente recuperada ela não vê a hora de poder voltar aos treinos e recuperar o tempo perdido e novamente ajudar suas companheiras a conseguir novas vitórias nos gramados gaúchos, abaixo vocês conferem um pouco de sua trajetória.

Com que idade você começou a jogar futebol e onde foi?

Bom, entrei para a escola com cinco anos e todo o intervalo de aula eu jogava, então o amor e a admiração pelo futebol é desde pequeninha.

E você chegou a jogar em alguma escolinha aí em Herval?

Não, nunca joguei em escolinhas.

Então foi na escola mesmo que você aprendeu a jogar. E era junto com os meninos?

Exatamente, o início de tudo foi na escola. Na época não tinha time feminino, então os torneios entre as escolas do município eu jogava no time dos meninos.

E jogar com os meninos ajudou na tua formação como atleta?

Ajudou muito. Os meninos são rápidos, então tive que entrar no ritmo deles, me ajudou a desenvolver muito essa questão.

Como aconteceu sua vinda para a João Emilio?

Foi indicação do meu amigo Everaldo de Pedras Altas, ele sempre falava pra mim que eu jogava muito bem, então ele me indicou pro senhor e eu fui em um treino do time da João Emilio em 2016, fui aprovada pelo professor e desde então não saí mais do time.

Você tinha vontade de jogar em um time só com meninas?

Sim, muita vontade.

O que a João Emilio representa para você?

Representa muito companheirismo e amor. Eu tenho uma admiração inexplicável pelo senhor, por tudo que faz pelas atletas do time, você nunca mede esforço para ajudar alguém, sempre incentivando e dando dicas do que temos que melhorar pelas meninas que jogam, é uma união tão forte. Uma abraça a outra no time.

Qual a sensação de jogar um Campeonato Gaúcho?

É uma emoção tão grande poder disputar um campeonato como o Gauchão, disputar com times de alto nível.

Qual foi a tua melhor atuação pela João Emilio?

Tem um jogo que eu nunca vou esquecer, foi no Gauchão sub-15 em Rio Grande. O time tinha saído de um jogo contra o Mayorka e tivemos somente uns 20 minutos de descanso, logo depois tínhamos jogo contra o Pelotas onde não só eu joguei bem, mas o time todo, a gente saiu perdendo e nós corremos atrás do resultado, sendo assim a partida ficou empatada em 1x1 , mas o jogo foi incrível, foi uma partida sofrida e bem disputada.

Qual tua viagem inesquecível pela João Emilio?

Foi uma viagem para Carazinho. Além da viagem em si todas as meninas se entrosaram, cantamos na viagem toda, demos boas risadas, foi uma viagem incrível.

Quais as jogadoras você é fã?

Cristiane, Formiga e com certeza a rainha Marta. Sou fã demais dessas três jogadoras.

Quais teus pontos fortes?

Acho que a força do chute é um ponto bem forte, marcação e domínio de bola. Mas ainda tenho pontos a ser melhorados também.

O ano de 2019 foi um ano difícil para você, por causa de uma lesão bem séria, como você lidou com isso?

Olha uma fratura não é fácil de lidar, mas graças a Deus consegui passar por essa situação. Foi uma recuperação num período de seis meses mais ou menos, durante esse tempo não consegui fazer nenhum tipo de atividade física e após o acompanhamento médico tive sessões de fisioterapia que foi importante para a finalização da recuperação. Tive momento de crises emocionais, várias dificuldades de locomoção por causa das muletas e, além disso, era inverno, – caí vários tombos dentro de casa por o tempo estar úmido.

E esse ano Rachele passando a pandemia, você está muito focada em poder voltar a ajudar a João Emilio dentro de campo?

Sim, assim que passar a pandemia quero voltar a atuar e poder ajudar muito o time.

Em qual local foi a sua fratura e como foi voltar a jogar após a lesão?

Foi o maléola lateral da fíbula. Contra o Oriente foi meu primeiro jogo após ter sido liberada para as atividades físicas, quando vi que senti muito me desesperei e pedi para sair do jogo, pois eu não conseguia caminhar nem firmar o pé no chão. Mas fiz algumas sessões de fisioterapia e graças a Deus não foi nada muito grave, me recuperei muito bem.

E a Dona Solange tua mãe, ela sempre te acompanha em todos os jogos, qual significado disso pra você?

Sim, em todos os jogos, sempre esteve presente tanto nos jogos como nos treinos. Ela é a pessoa que mais me incentiva em nunca desistir do que eu quero, faz de tudo por mim, ela é minha companheira, meu porto seguro.

E das atletas da João Emilio que continuam no elenco quais você mais gosta de atuar junto?

Todas as meninas jogam muito. Sou fã da Thais, Paola e Helen.

Lembra do jogo em Lajeado contra o Estrela. Foi um jogo especial pra ti?

Que jogo foi aquele? Foi um jogo especial demais, o time teve uma garra, vontade de vencer fora do normal, todas estavam unidas, uma apoiava a outra, nossa goleira Kailane foi brilhante, ela defendeu demais, o time saiu perdendo e viramos o jogo e ganhamos de 2x1, nesse campeonato o time foi vice campeão gaúcho sub-18.

Já tinha visto uma atuação de uma goleira assim como a da Kailane naquele dia?

A Kailane foi o destaque da partida no meu ponto de vista, ela teve uma atuação nível profissional, foi demais, ela pegava todas, Atuação como a dela naquele jogo são de goleiras profissionais.

E como fazer para treinar a parte física durante a pandemia?

Faço um planejamento de treino em casa, ando de bicicleta, corro e tenho acompanhamento com um nutricionista para a questão da alimentação.

Ficha Técnica

Nome: Rachele Fedrigo Facco

Idade: 18 anos

Altura: 1,58

Peso: 63,5 kg

Posição: Meia atacante

Por: Cléo Moura