Mesmo jovem já desponta como promessa do futebol feminino no país
A entrevistada de hoje da coluna Damas da Bola é a jovem zagueira catarinense Patrícia Maldaner de 17 anos, que defende a Chapecoense sendo titular na categoria adulta e capitã da Seleção Brasileira sub-17. Ela é nascida em Pinhalzinho interior de Santa Catarina e aos 14 anos ingressou nas categorias de base Chapecoense, logo ela já começou a se destacar e foi pulando etapas na sua formação chamando a atenção da treinadora da Seleção Brasileira Sub-17 Simone Jatobá, que logo na sua primeira convocação chamou Patrícia. Ela que é fã da Formiga trabalha forte todos os dias para fazer um bom trabalho na Chapecoense e continuar sendo convocada e disputar o Sulamericano em 2021 na Venezuela. Arrisco a dizer que Patrícia Maldaner vai fazer história com a camiseta da Seleção Brasileira, abaixo vocês conferem um pouco de sua trajetória vitoriosa no futebol feminino.
Com que idade você começou a jogar futebol?
Comecei a treinar futsal com oito anos na escolinha da minha cidade Pinhalzinho- SC, aos 12 anos entrei para a equipe de rendimento onde fiquei até os 14 anos.
Como aconteceu sua ida para a Chapecoense?
Meu treinador dessa época em 2017 tinha contato com o coordenador na Chapecoense e praticamente todo o nosso time que treinava futsal em Pinhalzinho foi pra Chapecó, pois lá havia mais competições e uma estrutura bem melhor para jogar. Eu era dois anos mais nova que o restante das meninas, então por indicação do meu treinador, fui jogar lá também.
Quando aconteceu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira e qual sensação?
Foi em Outubro de 2019, na primeira convocação da Sub-17 no ano. Senti uma gratificação enorme ver que todo o esforço e dedicação valeram a pena e também de estar entre as melhores do Brasil.
Ao todo quantas convocações você já tem no currículo e quais competições disputou?
Foram cinco convocações, jogamos um amistoso oficial contra o Peru em janeiro e um torneio Internacional em Portugal no mês de fevereiro, contra as Seleções de Portugal e Áustria.
Contra o Peru e Paraguai você foi a capitã da equipe. Como foi ser escolhida como uma das lideranças da equipe?
É sempre uma grande responsabilidade estar à frente de uma equipe e quando se fala de Seleção Brasileira a responsabilidade aumenta ainda mais. Fiquei até surpresa com a escolha pela comissão técnica, é difícil descrever como me senti no momento, é claro muito feliz com tal responsabilidade e estava ansiosa para ver como seria, mas na hora estava muito focada para o jogo e acabei esquecendo de tamanha grandeza que estava carregando. Mas durante o jogo isso fica mais fácil, todo o time se ajuda muito dentro de campo, então essa liderança não é algo que eu faço sozinha.
Como é trabalhar com a Treinadora da Seleção Brasileira sub-17 Simone Jatobá?
A experiência que ela tem como jogadora profissional e também de Seleção Brasileira acrescenta muito no nosso aprendizado, é uma mulher muito inteligente que sempre procura passar todo o seu conhecimento e vivências dentro do futebol feminino para nós. O fato de ela já ter vivido tudo isso que estamos passando agora é o maior diferencial, ela sabe quais são as deficiências existentes e o que podemos fazer para melhorar. Ela e toda a comissão técnica são muito competentes, com certeza é uma grande honra trabalhar com todos eles.
E como é a responsabilidade de jogar um Campeonato Brasileiro Série A-2 pela Chapecoense?
Apesar da nossa equipe ser sub-18, é uma grande oportunidade para adquirirmos experiência. Mas independente da nossa idade a responsabilidade continua a mesma, estamos representando um grande clube e temos consciência de que serão jogos muito difíceis, então faremos o nosso melhor para conseguir bons resultados.
Quais jogadoras você é fã?
Sou muito fã da Formiga, por toda a história que ela carrega, pela mulher guerreira que é com toda a sua humildade e sem dúvidas é muito diferenciada na sua posição.
O Sulamericano da Venezuela foi adiado para 2021. A tua meta é estar entre as escolhidas para buscar a sonhada vaga no mundial?
Com certeza, no momento o foco é nisso, continuar trabalhando para seguir com esse sonho.
Como é a estrutura da Chapecoense para as atletas?
Ganhamos alimentação, transporte e uma ajuda de custo.
Lembra qual foi a tua melhor atuação da tua carreira?
Não sei o certo, mas um dos jogos que lembro em que consegui um bom desempenho foi na liga de Desenvolvimento da Conmebol sub-16 em 2018 contra o Fluminense onde ganhamos de 3 a 2.
Quais teus pontos fortes?
Eu diria lançamentos e marcação.
Como é ficar longe da família, morar em outra cidade?
Já faz quatro anos que sai de casa, no início é estranho porque a vida em alojamento é bem diferente, mas agora já estou acostumada, é claro que tenho saudades, mas sempre que posso venho visitá-los.
Quais teus objetivos na sequência da tua carreira?
Continuar sendo convocada na Seleção de base e ter um bom desempenho no clube.
Tem uma foto sua em Belgrado na Sérvia é o Mundial Universitário me conta um pouco sobre isso?
É o Mundial Escolar sub-18, disputamos o brasileiro em Maceió Alagoas, fomos campeãs e ganhamos vaga para o Mundial.
Existe hoje um trabalho em conjunto da Seleção principal com a base. A treinadora Pia Sundhage acompanha algum treino de vocês?
Sim, ela já assistiu vários treinos nossos, tanto a sub-17 como a sub-20 tem uma relação bem próxima com a principal.
Quais os principais adversários brasileiros no Sulamericano?
Pelos jogos que vi creio que são a Venezuela, Colômbia e Uruguai. Mas é claro que todos os adversários são bons, pois se trata de seleções, onde estão as melhores de cada pais.
Ficha Técnica
Nome: PatriciaDewesMaldaner
Idade: 17 anos
Altura: 1,75
Peso: 63kg
Posição: Zagueira
Por: Cléo Moura