A atleta após passar por uma cirurgia retornou aos gramados para mostrar o seu talento
A entrevistada de hoje da coluna Damas da Bola é a meia atacante Kelly Becker de 19 anos nascida em Florianópolis e que defende o Brasil de Farroupilha no Campeonato Brasileiro Série A-2, ela chegou ao clube em meados de março de 2020 e logo se tornou titular dando muita mobilidade ao ataque da equipe das Castanheiras. Becker é daquelas atacantes rápida e muito habilidosa e costuma ser um tormento para as defesas adversárias, além disso Becker é ótima cobradora de faltas, inclusive ela se inspira no mago Ronaldinho Gaúcho. A sua inspiração para jogar vem do pai o seu Wilson Becker principal incentivador para ela se tornar uma jogadora profissional. A manezinha Becker tem uma linda história de superação, pois com 11 anos de idade descobriu um problema de coração, passou por cirurgia e venceu as desconfianças e o medo e mostrou para todos a guerreira que é, por isso ela é destemida em campo sem medo de partir pra cima das zagueiras adversárias, abaixo vocês conferem um pouco dessa linda trajetória de kelly Becker.
Com que idade você começou a jogar futebol?
Comecei a jogar futebol com cinco anos, e comecei a jogar em escolinha também com sete ou oito, assim como meu irmão, minha mãe e meu pai também tem uma paixão pelo futebol , então meio que isso já vem da família, eu joguei em três clubes aqui de Santa Catarina, joguei no Criciúma, que eu saí de casa para jogar futebol, sai de casa com 15 anos, 15 pra 16 fui pro clube do Criciúma, joguei vários campeonatos e de lá eu fuii pra jogar futsal. Criciúma jogava campo e futsal e em 2018 fui jogar futsal ver como era e joguei pelas Leoas da Serra. Joguei na base fiquei um ano lá e ano passado voltei a morar com a minha família aqui em Florianópolis aonde tem o Avaí Fu7 e fiquei um ano jogando em vários lugares, esse ano joguei a Copa do Brasil.
Você tem uma história de superação, nos conte sobre isso?
Então eu comecei a jogar com nove anos, na escolinha e com 11 anos descobri que tinha problema no coração, parei de jogar, tinha sopro no coração, eu sentia bastante falta de ar.
Como você lidou com isso?
Foi muito difícil porque estava começando a seguir essa carreira, fui ao médico achando que não ia ser nada, mas ele disse que eu era obrigada a parar de jogar, até com meus 16 anos, porque aqui no hospital de Florianópolis só faz cirurgia a partir dos 16 anos, naquele ano eu tinha 11 anos, então foi difícil pra mim, porque qual criança não gosta de brincar, de correr e de participar da Educação Física na escola. Então não podia fazer isso, mas graças a Deus existe anjos na minha vida, principalmente meus pais, que nunca desistiram de mim, amigos, familiares, me ajudaram a conseguir uma vaga no hospital lá de Curitiba, no Paraná, que lá faz cirurgia em crianças ou bebês, então fiz a operação, deu tudo certo, o médico disse que eu iria ter uma vida normal, então sempre falo, Deus me deu uma segunda chance, porque difícil achar uma vaga nesse hospital, agora estou aqui jogando e correndo muito, minha mãe fala que desde pequena eu nasci lutando porque nasci prematura com 6 meses, meu nome tem significado Kelly “guerreira”. Mas eu sou vencedora porque tem um cara lá em cima que está me abençoando, porque foi ele que me deu a chance de viver meu sonho de criança. Bom que ele me mostrou tão cedo que eu tinha esse problema, porque eu tinha um risco de ter um infarto no jogo ou em um treino.
Como aconteceu de vir jogar no Brasil de Farroupilha?
Então tem um amigo meu o Róbson que ele é jornalista aqui de Florianópolis, ele tinha um contato do Presidente do Brasil de Farroupilha o Gabriel e eu tenho também muitos vídeos, muitos lances dos meus jogos tenho até no Youtube, o presidente já me conhecia porque joguei uma vez lá no Sul, mas não contra eles, mas eles já me conheciam pelo meu nome e e ele queria ver os meus vídeos e eu mostrei pra ele e ele gostou bastante de mim, fui lá por março ou abril, não lembro, e lá eu me destaquei. E graças ao meu esforço lá no Rio Grande do Sul estou sendo reconhecida pela minha dedicação em tudo , tudo que eu faço quando jogo futebol me dedico bastante.
Você é aquela atacante que gosta do um contra um?
Sou aquela atacante que vai pra cima não quer nem saber se tem duas ou três, porque o futsal também me ensinou bastante. Sou uma jogadora ousada que vai pra frente não quer nem saber.
O que você ainda precisa evoluir em campo?
Ainda preciso evoluir um pouco a técnica que aos poucos estou treinando ainda mais aqui na quarentena, estou treinando bastante em dois períodos e resistência já estou evoluindo bastante, mas é isso um pouco da técnica.
Como faz para treinar durante a pandemia?
Eu treino na praia e treino com meu irmão também que tem muito exercício assim pra fazer, tem bastante trabalhinho que ele faz para mim, como somos atletas, então a gente treina todo dia.
Quais teus sonhos na sequência da carreira?
Esse ano eu consegui realizar um dos meus sonhos que é ser jogadora profissional e jogar o Brasileirão A-2 meio que isso já consegui uma meta que eu sempre quis, agora, se Deus quiser, representar a Seleção Brasileira, usar a amarelinha e também jogar nos Estados Unidos.
O Brasil de Farroupilha oferece alojamento para as atletas?
Eles oferecem alimentação, moradia, tudo do bom e do melhor, treino, físico, assim não tem nem o que se queixar.
Como é a sua rotina em Farroupilha?
A minha rotina é acordar na manhã, treinar e de tarde treino em casa com as meninas e de noite é o treino, porque tem umas atletas que elas trabalham o dia inteiro, aí de noite elas conseguem ter um tempinho para treinar, então treino de noite esse meu período.
Quais jogadoras você gosta de ver jogar?
Marta e Megan Anna Rapinoe que eu admiro o futebol delas.
Qual foi teu jogo inesquecível?
Foi a estréia no Brasileirão A-2 contra a Chapecoense que ganhamos de 4x3.
Como foi a experiência no Criciúma?
Eu ganhei uma experiência, maturidade, responsabilidade, eu ganhei uma experiência dentro e fora de campo, não me arrependo de sair de casa tão nova.
Por você ser uma jogadora habilidosa, sofre muitas faltas durante os jogos?
Sim sofro bastante, mas isso não me impede de querer mais.
E como foi que você começou a bater faltas?
Eu comecei a ver o Ronaldinho Gaúcho bater falta, quis aprender bater falta igual ele, aí comecei a treinar, quando não começava o treino pegava a bola e ia lá bater, quando acabava o treino ia lá de novo treinar, até que aprendi a bater falta.
Como está sendo o retorno do Brasil de Farroupilha aos treinos?
Está bem tranquilo, claro se cuidando bastante, a gente no local de treino coloca álcool em gel, usa máscara, só não treinamos com ela, mas o treinador e a comissão toda usam máscara, a gente fez os testes todas deram negativo e a cada 15 dias iremos fazer novamente, a gente está retornando aos poucos treinando bastantea parte física.
Ficha Técnica
Nome:kelly Becker
Idade: 19 anos
Altura: 1,60
Peso: 56 kg
Posição: Meia atacante
Por: Cléo Moura