Uma história de superação e de amor ao esporte
A entrevistada de hoje da coluna Damas da Bola é a lateral direita catarinense do Brasil de Farroupilha Adriana Moraes, considerada, por muitos, uma das melhores laterais do Rio Grande do Sul. De origem humilde Adriana trabalha toda a semana na colônia em Caxias do Sul ajudando sua família nas seis hectares de parreiras que possuem – um serviço árduo, mas que serve de motivação para Adriana dentro de campo marcar as habilidosas atacantes adversárias e acreditem ainda sobra energia para ela subir ao ataque e deixar as zagas adversárias preocupadas, pois quando Adri, como é conhecida, engata a quinta marcha é muito difícil de conseguir lhe tirarem a bola. Quando o jogo está difícil é pelo lado direito que o Brasil consegue o desafogo para criar perigo ao gol adversário. Apesar de ser de estatura baixa Adriana joga inclusive de zagueira se precisar, pois ela compensa a dificuldade de ser baixa com a sua velocidade e vontade. Assistir Adriana jogando é certeza que ela vai se entregar cem por cento em campo. Adriana consegue misturar força, raça e habilidade, isso a torna uma lateral completa. Fora de campo Adriana diverte suas companheiras de time nas viagens contando piadas, ela relata que se não fosse jogadora, gostaria de trabalhar no teatro.
Abaixo vocês vão conferir essa linda trajetória de vida dela:
Quando você começou a jogar futebol?
Comecei aos sete anos no interior de Santa Catarina, na cidade de Princesa. Somos nove irmãos, nossas condições de vida não era muito boa, quando tínhamos jogos sempre pegava tênis ou chuteira emprestado, não tínhamos dinheiro para comprar bola, então quando meu pai matava um porco nós enchíamos a bexiga do porco, deixava secar e essa era minha bola (risos). Hoje valorizo muito tudo o que conquistei.
Qual a jogadora mais difícil você já marcou?
Olha, difícil era elas passar por mim(risos), mas a Sasha do Internacional quando liga o motorzinho não é fácil de alcançar(risos).
Quais jogadoras são tua referência no futebol?
Primeiramente todas do meu time, O mulherada guerreiras. Tenho como inspiração a nossa goleira Gil, ela me dá muito incentivo, me dá segurança, ela é sensacional.
O significou para você o título do interior conquistado pelo Brasil de Farroupilha em 2019?
Sonho que hoje se tornou realidade, sensação de dever cumprido, que com garra, união e muita força de vontade chegamos ao nosso objetivo.
Qual foi o jogo mais importante dessa campanha?
Jogo? Eu diria luta de caratê (risos), foi contra o Oriente, pensa numa pedreira(risos), jogo disputado do começo ao fim. Valia vaga para o Brasileiro A-2, então....Todas entramos em campo com o mesmo objetivo, nós do Brasil de Farroupilha conquistamos a vitória e a vaga inédita do Brasileiro A-2.
Soube que você alegra as viagens do Brasil de Farroupilha, você é boa contando piadas?
(Risos), eu tento fazer todo mundo rir, tenho umas piadas muito sem graça (risos), mas daí eu explico e o povo cai na gargalhada. Piadas como, eu tinha um pintinho sem bunda ele peidou e explodiu. Se eu não jogasse futebol, gostaria de trabalhar em teatro ou circo. Amo fazer as pessoas sorrirem.
Em que você trabalha?
Eu trabalho na Colônia, amo meu trabalho, melhor parte é a merenda às 16 horas da tarde(risos), trabalhamos com parreira, temos seis hectares. Eu ajudo na colheita da uva, na poda e amarração.
Como arranja tempo para treinar?
Como trabalho na colônia é puxado na época da safra da uva, mas depois é bem tranquilo. Pra jogar sempre achamos tempo independente do cansaço(risos).
O que a Federação Gaúcha de Futebol pode fazer para melhorar a estrutura do futebol feminino e assim aumentar a competitividade da competição?
Valorizar mais os times do interior, dando mais visibilidade. Não é fácil manter um time feminino, precisa de toda uma estrutura.
Ficha Técnica
Nome: Adriana Moraes
Idade: 25 anos
Altura: 1,60
Peso: 52 kg
Cidade: Caxias do Sul
Por: Cléo Moura