Na coluna de hoje, Campeonato Carioca, Cebolinha, Ferreirinha e Valdívia
CAMPEONATO CARIOCA SOB ANÁLISE
Outro dia escrevi aqui que os torneios interséries organizados pela minha escola no ensino fundamental eram muito mais organizados que o Campeonato Carioca de futebol e a cada ocorrido por lá eu tenho mais convicção de que estou certo. Após um acerto entre a maioria dos clubes (Botafogo e Fluminense não concordaram) da série A, Federação Carioca de Futebol e com a autorização do governador do estado Wilson Witzel onde definiram datas para volta aos treinos e jogos, foi a vez do prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, se manifestar e jogar um balde de água fria nas pretensões dos que já estavam se programando para voltar. Através de decreto municipal o prefeito estendeu a quarentena e vetou qualquer possibilidade de volta de atividades esportivas na cidade devido aos números de infectados e de óbitos relacionados ao Covid-19 e afirmou que a liberação para volta aos treinos só será realizada quando os números diminuírem e a curva estiver em declínio e que essa decisão não se dá por vontade, mas sim por dados científicos. No meio dessa confusão toda ai o Botafogo já havia informado que não voltaria aos treinos devido a insegurança do momento.
Portanto, o carioca continua bagunçado e cada vez mais os impasses aumentam, assim como cada vez mais eu me certifico da minha tese de organização de campeonato.
CEBOLINHA ESFRIOU, FERREIRINHA AQUECEU
Foi só eu escrever aqui que parecia inevitável a venda de Everton para o Napoli que os italianos recuaram no negócio. Nos bastidores se fala que a pedida salarial do atacante teria assustado os dirigentes do time italiano que se quer fizeram uma proposta oficial ao Grêmio. Alívio por um lado, já que Cebolinha é peça fundamental no esquema do Renato e disparadamente o melhor da sua posição no Brasil hoje (menos pro digital influencer colorado Fabiano Baldasso que acha que Edenilson é o melhor jogador gaúcho na atualidade) e, por outro lado preocupação, pois com a queda de receitas devido a pandemia o clube precisa vender algum jogador, esperava-se que fosse a vez do Everton, porém seu futuro parece estar por mais um ano no Grêmio.
Quem estava praticamente descartado pelo clube era o jovem atacante Ferreirinha. O jogador foi afastado do grupo principal no final do ano passado após um desentendimento entre a direção do clube e seu empresário Pablo Bueno, o mesmo empresário do jogador Tetê, que teve sua saída do clube de forma polêmica e hoje é destaque do shakhtardonetsk da Ucrânia. A divergência entre as partes se deu na renovação de contrato de Ferreirinha, segundo o seu representante, o clube prometeu um valor e na hora da renovação apresentou outro inferior, fato que não foi confirmado pela direção tricolor. O fato é que desde então o jovem foi afastado do grupo principal, não foi inscrito na Libertadores e está treinando em separado no CT das categorias de base Hélio Dourado, localizado na cidade de Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre. Porém, o presidente gremista Romildo Bolzan Jr., como sempre muito sensato, irá procurar o jogador para retomar as negociações que estão paradas no momento, pois Ferreirinha entrou na justiça pedindo rescisão imediato do contrato com o Grêmio, o presidente entende que é uma questão de conversar e se apararem as arestas pendentes para que ocorra a renovação de contrato. O atual contrato do jogador com o clube termina na metade de 2021. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
VALDÍVIA AINDA GERA DESPESAS NO INTER
Apesar de não fazer mais parte do elenco colorado desde 2016, ano em que o clube teve sua primeira queda para série B do campeonato brasileiro, o meia Valdívia ainda pertence ao clube e segue gerando despesas. Após a consumação da queda em 2016, o jogador foi embora do Beira Rio rumo ao Atlético-MG, sem destaque, se transferiu para o São Paulo, Al Ittihad da Arábia Saudita, voltou para o Brasil e acertou com o Vasco onde também não demonstrou o futebol que havia mostrado e entusiasmado a imprensa gaúcha quando começou a se destacar no Inter em 2014. Não adiantou fugir da Série B em 2017, este ano o jogador acertou sua ida par o Avaí que caiu ano passado e vai jogar a segunda divisão esse ano (se o Covid-19 assim permitir).
O que poucos sabem é que Valdívia ainda possui vínculo com o Internacional, seu contrato vai até o final deste ano e que o clube gaúcho arca com 70% de seu salário que é de R$ 250 mil. Mas ainda pode piorar, pois o clube acertou com todos os jogadores emprestados uma redução salarial de 25% para cada jogador devido à queda de receitas por conta da pandemia, porém Valdívia foi o único que recusou a reduzir seu salário.
Como já escrevi, cada um sabe onde seu calo aperta e não cabe aqui julgar se está certo ou errado, aceitar, ou não redução de salário, vale salientar, por justiça, que o Valdívia já rendeu dinheiro aos cofres colorados, entre eles estão 500 mil Euros na transferência para o Atlético-MG em 2017 e 3.5 milhões de Euros no negócio com o Al Ittihad em 2018.
Por: Crizanto Alves Acosta