Opinião Futebol Feminino

ATRÁS DE SONHO, BRUNINHA VAI DRIBLANDO ADVERSÁRIAS E BUSCANDO SEU ESPAÇO NO FUTEBOL FEMININO

A jovem atleta é dona de um excelente passe e visão de jogo

Por Gente Jornal

08/06/2020 às 09:32:20 - Atualizado há
Bruna em jogo nas Castanheiras contra a João Emilio / Foto: Arquivo Pessoal

A entrevistada de hoje da coluna Damas da Bola é a filha do seu Ademir, Bruna Andrade, a meio campista talentosíssima do Brasil de Farroupilha mora em Caxias do Sul e brilha nos gramados da serra gaúcha sendo a referência técnica do time das Castanheiras, dona de um excelente passe e boa visão de jogo a jovem de 18 anos sonha em jogar em uma grande equipe do futebol brasileiro num futuro próximo e para quem a conhece sabe que isso está ficando cada dia mais perto de acontecer, Bruninha tem na bola parada um dos seus pontos fortes, ela foi decisiva em vários jogos do Campeonato Gaúcho de 2019, com suas cobranças que costumam atormentar as goleiras adversárias, abaixo vocês conferem um pouco de sua trajetória pelos gramados do futebol gaúcho.

Bruna nos conta um pouco sobre a sua história no futebol?

Minha vida no futebol começou por volta dos sete anos treinando em escolinhas de futsal com meninos, porque era raro alguma menina que gostasse de jogar e treinasse também. Ao longo do decorrer, eu, juntamente com meus pais, começamos a procurar escolinhas que tivessem time feminino, acabamos encontrando uma em um bairro vizinho do meu, e foi lá que comecei a treinar definitivamente com meninas. A partir disso outros times começaram a se criar e com isso fui passando por vários, os quais disputavam campeonatos estaduais, porém minha idade fazia com que eu não pudesse participar dos mesmos. O máximo que eu conseguia jogar pelos times eram torneios e campeonatos da cidade, que não exigia idade. Em um dos times conheci uma, que jogava futebol de campo, e ela acabou me convidando para ir a um treino. Os treinos eram aos domingos, então meu pai tinha disponibilidade de me levar.

Como o Brasil de Farroupilha entrou na sua vida?

Após isso, o Brasil entrou de vez na minha vida, não sei viver sem. Acompanhei todo o processo de crescimento do time, jogávamos em um campo pequeno e ruim. Aos poucos começamos a treinar nas Castanheiras, participar de campeonatos importantes e nos destacar, até chegar onde estamos hoje.

Qual ano você entrou para o Brasil de Farroupilha?

Entrei em 2017 e esse ano fecham três anos.

Qual o jogo mais importante da sua vida até hoje?

Teve tantos (risos), mas acho que o mais importante foi o clássico em casa contra o Oriente que eu fiz o primeiro gol do jogo, de falta. Foi o meu melhor jogo até hoje, eu considero.

Quantos gols pelo Brasil você já fez?

Fiz dois gols.

O que significou o título do interior, para você ?

Bah, pra mim o título do interior tem um significado muito importante, foi a recompensa de um trabalho que vinha sendo feita com muita dedicação, muito empenho, tanto por parte das atletas, como pela comissão. Foi um degrau a mais, uma chance para ter uma visibilidade ainda maior.

Qual o teu principal incentivador?

Sem dúvida o meu pai, ele desde o início estava comigo, me levando de um lado para outro, sem medir esforços pra que tudo desse certo e meus objetivos se concretizassem.

Além do futebol o que a Bruna faz?

Eu estava fazendo um estágio, mas o tempo dele acabou, então agora estou a procura de outro emprego e eu acabei o Ensino Médio, ano passado, pretendia começar a faculdade no segundo semestre, mas com tudo isso que está acontecendo vou acabar deixando pro ano que vem.

Que curso pretende fazer?

Direito

Você pretende jogar em uma equipe profissional que assine carteira?

É algo que eu tenho muita vontade, porém acho que talvez eu já “seja velha” pra isso.

Como foi estreiar no Brasileiro A-2 contra a Chapecoense?

Primeiro jogo em um brasileiro é uma mistura de nervosismo com ansiedade, uma euforia fora do normal, um pouco de medo também, tentar fazer que aconteça tudo como o planejado, mas conseguimos fazer um jogo ótimo, colocando em prática tudo o que vínhamos treinando.

Qual o seu principal ponto forte?

Dentro de campo, acho que a qualidade do meu passe, visão de jogo, bola parada.

O que precisa melhorar ainda?

Acho que a confiança em mim mesmo, de arriscar mais, eu sei que eu posso e que eu consigo, mas por medo de poder dar errado eu acabo não fazendo.

Qual a jogadora você gosta de ver atuando?

Tem várias, minha inspiração sem dúvida é a Marta, gosto muita da Cristiane, e sem ir muito longe, no nosso time gosto muito de ver a Gil, toda a vontade, a raça, é pra mim muito significativo.

Como é trabalhar com o Professor Luciano Almeida?

A gente ainda tem pouco tempo de trabalho com ele, mas tudo o que nos propôs até agora foi de grande valia, ele entendeu o espírito do time e sem dúvida temos muito que aprender com ele ainda.

Lembra de alguma história legal ou engraçada nas viagens do Brasil de Farroupilha?

Todas as viagens com o Brasil rendem muitas histórias é uma resenha jamais vista. Brincamos, jogamos, rimos muito, é sensacional, as horas passam sem que a gente note. Acho que o que mais me marca é a Adri com as piadas dela, toda viagem ela tem uma diferente, dando aquela descontraída.

O Brasil de Farroupilha repassou para as atletas a ajuda dada pela CBF de R$ 50 mil para cada clube da Série A-2 do Campeonato Brasileiro?

Eles vão repassar pra nós através de uniformes novos, um abrigo, locação de quadra no inverno, enfim desta forma nada em dinheiro.

O Brasil fornece alguma ajuda para vocês se deslocarem das suas cidades para os treinos e jogos?

Sim, eles ajudam com a gasolina.

E durante essa pandemia vocês recebem treinos para fazerem em casa?

Temos um patrocínio com uma academia, então eles nos passam os treinos.

O que o futebol feminino precisa melhorar no interior para ter melhores resultados?

Acho que ter um pouco mais de visibilidade, isso incentiva muito, e pessoas que apoiem, o que é o mais difícil.

Hoje em Caxias do Sul não poderia já ter uma equipe feminina de campo?

Podia sim, mas não tem apoio, patrocínio algum, então se torna complicado.

Quantos reforços chegaram para essa temporada?

Que permanecem ainda são cinco.

Quem é a atleta que mais cobra dentro de campo, a liderança positiva?

Bianca, Gil, tem várias.

Quais os sonhos da Bruninha para o futuro no futebol?

Conseguir subir pra um time com uma estrutura melhor, assinar um contrato profissional e a partir disso só alegria, né?! (risos).

Ficha Técnica

Nome: Bruna Borges Andrade

Idade: 18 anos

Peso: 56 kg

Altura: 1, 58

Clubes: Primeiro de Maio e Olimpia no futsal e Brasil de Farroupilha no campo.

Por: Cléo Moura

Fonte: Redação GJ
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