Opinião Futebol Feminino

KAILANE SILVA, UMA REVELAÇÃO GAÚCHA COM TRAJETÓRIA FORA DO ESTADO

Com passagem pela João Emílio a goleira espera ansiosa pela estreia em jogar pelo Fortaleza

Por Gente Jornal

04/06/2020 às 11:11:09 - Atualizado há
Kailane defendendo a João Emílio / Foto: Arquivo Pessoal

A entrevista de hoje da coluna Damas da Bola é a goleira Kailane Silva nascida na cidade de Rio Grande e descoberta pelo professor Nilson Pinheiro que enxergou em Kailane seu potencial e em 2017 oportunizou dela disputar o campeonato Gaúcho da categoria sub-15, depois disso a arqueira foi jogar na João Emilio de Candiota em 2018, onde foi vice campeã Gaúcha sub-18 e logo foi efetivada na equipe adulta sendo titular com apenas 16 anos, após se destacar em Candiota a jovem foi defender o Sport Clube Internacional no torneio de desenvolvimento em São Paulo, organizado pela CBF, competição em que o Internacional acabou na quarta colocação, em 2019 Kailane retornou para a João Emílio, novamente se destacando, onde despertou o interesse da Joga10Sports que passou a ser a responsável pela carreira da atleta que logo foi jogar no Minas Icesp de Brasília, já em 2020 a revelação Rio-Grandina foi negociada com o Fortaleza e aguarda ansiosa para voltar aos treinos após a pandemia , abaixo vocês vão conhecer um pouco da trajetória desse talento embaixo das traves.

Com que idade você viu que gostava de atacar e começou a treinar no gol?

Quando eu comecei já fui direto para o gol, então com 12 anos de idade, sempre gostei da ideia de defender. Não me via, e não me vejo em outra posição.

Como surgiu o Nilson na sua vida?

Eu conheci o Nilson através da minha mãe, ela jogava na época com ele. Quando ele descobriu que eu jogava logo se interessou e me recrutou para o time Mayorca. Sou muito grata por ele ter confiado em mim desde sempre.

Como foi defender o Sport Clube Internacional?

Defender o Internacional foi uma experiência única. Participar do Campeonato Brasileiro sub-18 em 2018, foi sensacional, ainda mais para mim, que nunca havia jogado fora do estado. Assim que eu entrei em campo com a camisa senti uma enorme responsabilidade, senti o peso que é carregar e defender o nome de um grande clube como o Internacional.

Na equipe da João Emilio de Candiota você jogou três Campeonatos Gaúchos, nos conta um pouco dessa experiência?

Jogar na João Emilio foi essencial, melhorei muito como atleta e como pessoa graças à equipe. Foram dois anos de muito aprendizado, fiz amizades que espero levar para a vida toda. Muito grata também pela oportunidade concedida pelo professor Cléo, que sempre se virou nos 30 para não deixar falta nada para nós atletas. Foi uma grande honra fazer parte dessa família.

Em 2019 você foi jogar no Minas Icesp de Brasilia, como foi morar longe da família?

Primeira vez que eu fiquei longe da minha família, foi quando eu fui pra lá. Nos primeiros dias, eu achava que iria enlouquecer sem ter a minha mãe por perto. O que me tranquilizou, foi ter uma atleta na qual eu já conhecia e já havíamos jogado juntas, isso me fez sentir um pouco mais em casa. Mas depois de duas semanas, já estava amiga de todo mundo. Minha estadia lá foi incrível, uma grande experiência com certeza.

E como é jogar no Fortaleza um tradicional clube nordestino?

Eu ainda não tive a oportunidade de poder defender a camisa do Fortaleza Esporte Clube em algum jogo por conta dessa pandemia. Mas minhas expectativas são das melhores possíveis, outra grande experiência que com certeza vou levar para a minha vida, é poder estar fazendo parte da família leão.

A comissão técnica do Fortaleza envia treinamentos para fazerem em casa durante a pandemia?

Sim. De segunda a sexta temos uma lista de exercícios, a cada dia da semana a nossa preparadora física manda um diferente para realizarmos. Tudo tem que ser gravado e enviado para ela.

O que a Kailane precisa ainda melhorar em campo?

Acho que ás vezes eu peco um pouco na minha autoconfiança . Muitas das vezes não acredito em mim, e isso acaba me prejudicando. Mas estou trabalhando bastante em cima disso.

Qual foi a defesa mais difícil que você já fez?

No meu primeiro Gauchão em 2017. Montei a barreira de um lado e fui para o outro. Quando a menina cobrou, foi um chute rasteiro no canto da barreira, e eu consegui buscar lá. Acredito que tenha sido a mais “impossível” dentre todas as outras.

Quem é a atleta que você mais admira no futebol brasileiro?

Pode parecer clichê, mas eu admiro muito a Marta, toda a trajetória e história de vida dela. Me inspiro muito.

Qual foi o jogo mais importante da sua vida?

Pra falar a verdade, acho que não tenho um jogo específico que tenha sido o mais importante. Em todas as partidas que eu entro, busco dar o meu melhor e sair de lá com a certeza de que fiz tudo que devia ser feito.

Tem alguma data para retornar para Fortaleza?

Não, sem data prevista, infelizmente.

Hoje você é representada pela Joga10Sports Assessoria Esportiva isso te ajudou na tua carreira?

Com certeza, ter alguém que entende do assunto administrando todas as tuas coisas é maravilhoso. Fora que o pessoal é super atencioso e estão sempre buscando o melhor para as suas atletas. Sou muito feliz por poder fazer parte da família Joga10.

Em Fortaleza você mora no alojamento do clube? A convivência com as outras atletas é boa?

Não, moramos em uma casa mesmo. A convivência por lá é de boa, depois da experiência que tive morando em Brasília, em Fortaleza foi mais fácil. Já sabia mais ou menos como funcionava essa questão de morar com outras meninas desconhecidas. Fiz amizade logo no primeiro dia, e as meninas também são muito receptivas, então ajudou bastante na minha adaptação.

Qual a sua rotina de dia a dia em Fortaleza?

Não consegui ter uma rotina porque em seguida que fui pra lá esse vírus chegou aqui e entramos em quarentena. Mas era basicamente acordar, banho, café, treino, banho, almoço, academia...

Me fala um pouco da importância da tua família na tua vida?

Minha família é o meu alicerce, minha base. Sem eles nada disso que vem acontecendo na minha vida seria possível.

O jogo em Lajeado em 2018 pelo Campeonato Gaúcho sub-18 onde você fechou o gol, você se recorda dele?

Como esquecer???! Um dos dias mais importantes para mim. Umas das primeiras partidas vestindo o manto da João Emilio. Muita saudade.

Quantas goleiras tem na categoria sub-18 do Fortaleza?

Somos duas, eu e a Livia.

Quais as tuas metas para pós pandemia?

Espero que isso acabe logo e eu consiga competir meu último ano no sub-18, me destacar e quem sabe conseguir uma vaga no profissional.

Em Rio Grande tem alguma outra menina surgindo no gol?

Tem sim, adoro ver a evolução das meninas que mesmo com criticas negativas, não desistem e nem se deixam abalar. Esse é o caminho.

Ficha Técnica

Nome: Kailane Silva

Idade: 17 anos

Peso: 68 kg

Altura: 1,73

Clubes: Mayorka/Paumar, João Emilio,Internacional, Minas Icesp, Fortaleza.

Por: Cléo Moura

Fonte: Redação GJ
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