Machado recebeu a imprensa local e estadual para uma coletiva no gabinete do prefeito após o afastamento preventivo de Divaldo Lara por 180 dias
Na tarde desta sexta-feira (27) o prefeito de Bagé, Manoel Machado, que assumiu o cargo após o afastamento preventivo de Divaldo Lara por 180 dias, ocorrido na última quarta-feira, recebeu a imprensa local e estadual para uma coletiva no gabinete do prefeito.
Por mais de uma hora, Machado respondeu aos questionamentos dos repórteres e esclareceu os últimos acontecimentos. Participaram, ainda, o procurador jurídico do município, Heitor Gularte, diversos secretários municipais e vereadores da base, bem como o presidente da Câmara de Vereadores, Esquerda Carneiro.
O primeiro a se pronunciar foi Gularte, que ressaltou que ao mesmo tempo em que a equipe acredita nas instituições e no poder judiciário, têm a mesma crença com relação à inocência de Divaldo. “Ao final deste procedimento investigatório que está começando, temos a certeza que a inocência será provada e a verdade vai vir à tona. É fundamental que se entenda que o procedimento investigatório está começando, com o direito ao contraditório”, explicou.
Gularte afirmou que o afastamento foi recebido com surpresa, pois já haviam sido feitos dois pedidos anteriores com essa solicitação, negados pelo mesmo desembargador. Segundo o procurador, trata-se de uma medida drástica, de caráter excepcional. “Queremos reiterar e deixar claro que temos muito orgulho em fazer parte desse governo, que é um governo que está transformando Bagé, com excelentes resultados, que herdou um passivo maldito de mais de R$ 160 milhões em dívidas e mesmo assim consegue ser realizador”, ressaltou.
O prefeito Manoel Machado destacou que esta era uma reunião de cunho esclarecedor, mas, antes de tudo, democrático. “Que nada mais é que uma solicitação não só dos nossos secretários, mas também dos vereadores da base do governo, que entenderam que tínhamos que prestar este esclarecimento, assim como foi feito pelo dr. Heitor”, disse em sua fala inicial.
Machado classificou o afastamento de Divaldo como um fato lamentável. “Certamente nenhum vice gostaria de assumir a prefeitura diante de uma situação dessas, que infelizmente veio a ocorrer. Primamos pelo respeito às instituições, ainda que a decisão que afastou o prefeito Divaldo seja uma decisão monocrática que deixa, sem dúvida, todo direito de resposta e de ampla defesa. O prefeito Divaldo, com toda habilidade, energia, conhecimento e preparo, certamente saberá conduzir muito bem este processo, buscando se aliar a pessoas que tenham a devida experiência e capacitação para defendê-lo na justiça. Certamente ele está tratando muito bem deste caso e nós acreditamos que ele se sairá bem”, argumentou.
O prefeito disse, ainda, que tem conversado com os secretários e grande parte dos assessores do governo, enfatizando que o desejo é que Divaldo possa comprovar sua inocência e resgatar o seu direito de reassumir o governo. “Ele foi eleito para isso, eu fui eleito pra ser o vice. Meu desejo é que ele consiga resgatar seu direito de conduzir o governo até o final do seu mandato, liderando sua equipe, que deve ser a mesma que está aqui. Não podemos nos precipitar e nem tão pouco tomar decisões que venham a prejudicar o andamento dos trabalhos que estão beneficiando a população. Este é um compromisso que assumimos na defesa do governo e do povo de Bagé, que espera resultados, o que vem sendo apresentado”, garantiu. “Enquanto isso, estamos fazendo a nossa parte e manteremos os trabalhos nos trâmites normais, com todos unidos em nome da população de Bagé e para a população de Bagé. Nos colocamos à disposição da comunidade e órgãos de imprensa. O prefeito Divaldo Lara com certeza aguarda ansiosamente também, para que possa retornar ao comando desta grande equipe, servindo à comunidade de Bagé”, finalizou.
Esclarecimentos
Entre os principais questionamentos feitos pela imprensa, duas questões merecem destaque: adiantamento do décimo terceiro salário e realização do concurso público que já havia sido anunciado.
Quanto à primeira questão, Machado explicou, com a presença do secretário de finanças e recursos humanos, Cristiano Ferraz, que o determinado pelo chefe do executivo era que fosse pago na folha deste mês, 50% do décimo terceiro salário. “Porém, por termos registrado o pior mês em termos de arrecadação, não será possível o pagamento deste percentual. Ainda assim, em um esforço, na segunda-feira, os servidores receberão 25% do décimo, mantendo o compromisso da antecipação”, anunciou.
Quanto ao concurso público, Machado reafirmou a realização, conforme o que já havia sido anunciado anteriormente.