COM GARGALO DA DEMORA DOS RESULTADOS DOS TESTES PARA CORONAVÍRUS, REGIÃO PODE ESTAR VIVENCIANDO SÓ A PONTA DO ICEBERG

A demora para confirmar os casos de coronavírus dificulta a avaliação do quadro real da evolução da doença. Em Bagé já são 60 casos, sete confirmados e 18 descartados. A quantidade de testes disponíveis atualmente é insuficiente para o tamanho da população brasileira, e o país precisou escolher quais casos priorizaria para usá-los, a região não é diferente é está enquadrada nesta realidade.

Se num primeiro momento pacientes com sintomas mais brandos de gripe conseguiam ser testados com mais facilidade, agora a recomendação tanto na rede pública quanto na privada é testar apenas os casos mais graves. Mesmo assim, a demanda aumentou tanto nas últimas semanas que o tempo entre a coleta e o resultado do teste também aumentou. No Brasil já há relatos de pessoas que esperaram até sete dias para saber que tinham ou não a doença, um processo que, tecnicamente, demoraria apenas quatro a dez horas de processamento.

A brutal realidade cria em cima do desenho do retrato epidemiológico um estado de constante atraso na notificação dos casos e impacta diretamente as estatísticas com as quais os Governos trabalham para conter a disseminação do coronavírus. É como tatear com uma venda nos olhos em um cenário perigoso e de responsabilidade muito grande pelas consequências que pode se chegar, como na Itália por exemplo.

No cenário ideal a testagem tem de ser em massa por produzir os dados necessários para observar como a doença avança no país, a taxa real de letalidade, as características dos grupos mais afetados e, consequentemente, as medidas e diretrizes a serem adotadas pelas autoridades para conter a disseminação do vírus e evitar que muita gente fique doente ao mesmo tempo, colapsando o sistema de saúde.

Por tudo isso dá importância em manter atentos as recomendações e medidas realizadas pelas autoridades locais.