Com casa cheia, Legalidade é exibido em Bagé

A primeira exibição do longa-metragem "Legalidade", do bajeense Zeca Brito lotou as dependências do Cine 7, nas duas sessões do final de semana. Com a lotação cheia, o cinema abriu espaço para novas exibições no próximo sábado e domingo.

Antes da exibição, na conversa do cineasta com o público, foi apresentado um breve contexto da obra, que como projeto levou nove anos, mas como objetivo foi desde quando o pai, o ator Sapiran Brito, encomendou ainda quando Brito ingressou na faculdade, aos 18 anos. "Eu respondi a provocação tantos anos depois com o filme, que traz o próprio Sapiran na tela”, enfatizou.

Criticas

Zeca aproveitou o momento para abordar sobre o cinema nacional, com cortes para financiamento de produções e também ao desrespeito à lei de cota de tela, que destina 10% do espaço para produções brasileiras. "É muito difícil fazer cinema, não só por uma questão governamental, mas também por conta do comportamento da própria sociedade, que está muito dividida. A gente precisa encontrar a convergência novamente. Viver em uma democracia é respeitar diferenças, mas encontrar pontos em comum. E é essa a mensagem do filme", conta.

O filme

O filme narra o movimento de resistência e mobilização popular liderado por Leonel Brizola. A produção é da Prana Filmes, de Luciana Tomasi, com distribuição da Boulevard Filmes. No elenco, estão Cleo Pires, Letícia Sabatella, Leonardo Machado e Sapiran Brito, que dividem o papel de Brizola em duas épocas.

Prêmios

"Legalidade" levou os troféus de melhor direção, ator (Leonardo Machado), fotografia (Bruno Polidoro) e direção de arte (Adriana Borba) do 42º Festival Guarnicê e Cinema, em São Luís, no Maranhão. O longa-metragem teve sua estreia mundial em abril deste ano, no 35º Festival de Cinema Latino de Chicago, nos Estados Unidos.

Uma identificação com a terra

O cineasta bajeense procura sempre exibir seus filmes na sala de cinema da cidade, com exceção 'O Grupo de Bagé', que foi direto para a televisão. Nas demais obras Legalidade é o sexto filme exibido. O primeiro longa-metragem do cineasta, O Guri, foi exibido no Cine 7 em 2011. Em 2015, após foi a apresentação de 'Glauco do Brasil'. Em 2016, foi a vez do longa 'A Vida Extraordinária de Tarso de Castro' e, em 2017, lançou 'Em 97 era assim'.