A professora petista obteve 1 016 votos
Mesmo com renovação na Câmara de Vereadores de Bagé de mais da metade o cenário em se tratando do universo feminino permaneceu com predomínio masculino para a próxima Legislatura, apenas duas mulheres foram eleitas para as 17 vagas, Beatriz Souza (PSB), que continua, e Cáren Castêncio (PT). Atualmente, ocupam as cadeiras da Câmara Beatriz e Sonia Leite (PP).
A professora Cáren Castêncio, com 1 016 votos expressou gratidão por ter sido eleita e ter com ela um grupo muito qualificado, composto por diversos profissionais, mas especialmente da área da educação, da qual faz parte.
Para Cárem a discussão política está um pouco atrasada principalmente por sua extrema importância na vida de todos seja no emprego, educação, saúde entre outros tantos pontos da sociedade. “As pessoas precisam participar das coisas na cidade. E isso é muito pouco estimulado”, apontou se referindo que cada vez mais tanto na esfera estadual, municipal e federal há muito pouco estímulo na participação da comunidade, na participação popular, para uma construção mais democrática – as pessoas necessitam pensar, refletir, discutir, criticar, agir e estarem dentro das associações, sindicatos porque é participando que as alternativas vão ser construídas.
– Então, meu mandato será nesse sentido, no sentido de construção, no sentido de coletividade, de contribuição das pessoas, pra que a gente possa fazer a diferença durante esses quatro anos como vereadora, exercendo os meus direitos e deveres dentro da câmera, mas nunca esquecendo que estamos lá pra fazer a resistência.
Agora a eleita na Câmara de Vereadores diz que mesmo acumulado mais de 80 anos das mulheres brasileiras conquistarem o direito ao voto o resultado é de ainda muito poucas entrarem no cenário político. Já no Legislativo de Bagé as atitudes machistas, muito misóginas, sexista que ocorrem por parte de alguns a entristece enquanto mulher. Mas explica que foi um dos motivos que a fez aceitar o convite para sua candidatura. A outra motivação é da mulher negra ter menos espaço ainda na política.
– Sua eleição é um fato que vai dar representatividade a todas as mulheres negras. Se eu posso, muitas podem. Então, é isso que eu quero que as mulheres e principalmente as mulheres negras vejam nessa minha representatividade lá na câmara, nesse que foi conquistado com todas essas pessoas que estavam no meu grupo. A maioria do meu grupo era de mulheres, a maioria das pessoas que seguem a minha página é um grupo de mais de 60 por cento de mulheres. “Então, eu quero que as pessoas se sintam representadas no meu mandato”, concluiu.
Um pouco da vereadora eleita
É professora há 25 anos, já foi secretária de educação, coordenadora pedagógica e coordenadora de relações comunitárias além de coordenar projeto de ações multidisciplinares. Minha trajetória veio desse espaço, mas possui também olhar para questão da mulher, para questão da mulher negra e para questão da comunidade LGBTQ+.