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NO DIA DOS TÉCNICOS EM ENFERMAGEM, CONHEÇA A HISTÓRIA DE ANDREIA RANGEL E DE AMANDA SUA ÚNICA FILHA

A filha trabalha na UPA de Bagé, cidade que teve as portas em ser um epicentro do COVID-19

Por Gente Jornal

20/05/2020 às 18:01:00 - Atualizado há
Amanda e Andreia / Foto: Arquivo Pessoal

No dia em que se comemora o dia do técnico em enfermagem nossa reportagem trouxe a história da vereadora Andreia Rangel, do MBD e sua filha única, profissional em enfermagem Amanda Rangel que trabalha na UPA de Bagé, cidade onde quase se transformou em um epicentro do COVID-19.

Andreia conta que a família tem muito orgulho de Amanda ter escolhido essa profissão. “Quando ela anunciou que iria fazer o curso no Senac, disse: filha tens que ver bem se é isso que tu queres, essa área é bem complicada. Tu vai lidar com criança, com idosos, entre outras pessoas que nem sempre vais conseguir resolver o problema infelizmente”, aconselhou.

A mãe relata que a filha estava definida e após fazer o curso foi buscar experiência na área em Caxias dos Sul e então depois de um período de um ano e seis meses retornou para Candiota.

Do momento salienta ser preocupante como mãe, tanto pela filha única, como aos outros profissionais estarem à frente desta pandemia. “Sempre digo pra ela que tem que ter fé em Deus”, e confidência ficar com o coração na mão pelo momento difícil que as pessoas e os profissionais da área de saúde estão passando.

“É avó, é tia e é todo mundo perguntando em função deles trabalharem com todos esses equipamentos: EPI's, máscara, luva, se está tomando os devidos cuidados. Eu peço a Deus todos os dias que passe logo tudo isso, principalmente pra eles que tão à frente dessa pandemia”, diz.

Amanda contou que desde nova teve vontade de seguir na área da saúde, “Até que surgiu a vontade de fazer o curso técnico”, lembra, sem esquecer de mencionar a ajuda dos seus pais. Formada desde 2015 recorda que ao mesmo tempo em que tinha vontade de começar a fazer este curso, tinha ‘medo’, pois ter que lidar com a saúde e vida das pessoas ficava ‘meio receosa’.

Mas ao passar do tempo cursando o técnico, mais vontade, prazer e carinho eu tinha de ter decidido entrar nessa profissão. Desde então trabalhou durante um ano e seis meses no Hopital Tachini, onde foi seu primeiro emprego e depois ingressou na Upa 24h em Bagé, desde novembro de 2018.

Sobre trabalhar nestes dias de pandemia ela reconhece que a família fica preocupada, “Assim como eu também fico”, observa e completa com coragem: “Eu escolhi essa profissão e nunca pensei em passar por tudo isso, mas infelizmente estamos passando e não posso ficar em casa”, ressalta.

Como profissional relata que graças à instituição que trabalha e a Prefeitura de Bagé, desde o início receberam os EPI's necessários, desde macacão até o protetor facial.

“Eu e meus colegas temos todos os cuidados dentro do local que trabalhamos e eu com a minha família”, reforça e também confidência que aos finais de semana vai a Candiota ver eles, mas não é a mesma coisa. “Desde tudo isso nunca mais nos abraçamos, tomamos um mate juntos, coisas que antes a gente fazia e era natural e não dávamos valor”, lamenta.

Nos cuidados que toma, Amanda relata que embora tenha todo o cuidado, quando chega em casa, troca de roupa e toma banho para depois falar com seu namorado ou ir ver seus pais. “A gente sempre tem o risco de pegar e sem saber passar pros outros”, afirma.

Quanto ao tempo de COVID-19, diz pedir do fundo do coração para Deus que isso tudo passe logo para as pessoas poderem se abraçar, conversar, tomar um mate uns com os outros. “E quando isso acontecer, pra mim vai ser muito valioso e especial, porque sou muito apegada com meus pais e minha família. Ta sendo muito doloroso, como profissional e pessoal, passar por tudo isso, milhares de pessoas morrendo e inclusive colegas de profissão, que está ali pra ajudar e cuidar”, destaca.

E finaliza afirmando ter muito orgulho da sua profissão e por estar passando por tudo isso junto com a equipe que trabalho, desde os técnicos, enfermeiros, médicos, porteiro, recepcionistas, pessoal da higienização e todos que trabalham com ela. “Porque nos apoiamos, estamos 12h por dia juntos e brincamos pra deixar tudo isso e nosso plantão mais leve. Porque não tá sendo fácil passar por tudo isso e ainda não poder ter o contato físico com a família, aquele abraço e colo de mãe e pai, no final do plantão, dizendo que vai ficar tudo bem, tá sendo de longe”, concluiu.

Fonte: Redação GJ
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