OConsórcioNovoCaracolfoi o vencedor do leilão do projeto da Concessão dos Parques Estaduais do Caracol e do Tainhas, no Rio Grande do Sul(RS), com a oferta deR$150.000.000,50,o que representa umdeságiode5.341,15%em relação ao valor de outorga fixa ofertada de R$2.756.771,94. O leilão foi realizado na sede da B3, na capital paulista, na manhã dehoje.
A concessão é um projeto do governo doestadodo Rio Grande do Sulpara impulsionar o ecoturismo nos parques estaduais do Caracol, em Canela, e Tainhas, na divisa dos municípios de Jaquirana, São Francisco de Paula e Cambará do Sul. O vencedor será responsável por qualificar a infraestrutura e os serviços oferecidos aos visitantes, fomentando o turismo sustentável e gerando renda e desenvolvimento regional em equilíbrio com a preservação ambiental.
Segundo informações do governodo Rio Grande do Sul, oprojeto de concessão tem previsão de investimento de R$ 47,6 milhões nos dois parques, sendo R$ 23,7 milhões a serem investidos obrigatoriamente nos seis primeiros anos de contrato. Além disso, são previstas despesas operacionais de R$ 417,3 milhões ao longo dos 30 anos.
O diretor de Concessões e Privatizações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fábio Abrahão, ressaltou que o mercado de ativos ambientais brasileiro, neste caso de parques, é algo extremamente subaproveitado, já que o brasileiro médio não frequenta o ambiente natural.OBNDESajudou a estruturar a concessão, como parte de sua estratégia de agregarprojetos verdesao programa de privatizações.
“A partir do momento em que as gerações vão ficando cada vez mais urbanizadas esse distanciamento entre natureza e o dia a dia das pessoas vai aumentando. Isso tem efeitos importantes na formação da sociedade, porque muito do nosso sentimento de preservação e de identidade vem dessa experiência e o Brasil tem um patrimônio ambiental incomparável”, analisou.
Segundo ele, quando o BNDES decidiu entrar na agenda de ativos ambientais, havia o objetivo de, por meio dos parques, plantar sementes para a mudança de mentalidade e criar a percepção da população do entorno de que o parque não é um problema. “Isso a curto prazo, pensando também em gerar economia local. A médio e longo prazo é a estimular a população a frequentar e entender a natureza, para formar um senso de identidade”.
Abrahão também explicou que a outra parte dos ativos ambientais com os quais o BNDES está lidando são as florestas estaduais e nacionais. “Ao todo são 12 milhões de hectares. Isso é importante porque mostra que temos uma solução em escala para a questão ambiental brasileira. Este é o segundo leilão de parques que nós fazemos, o primeiro estadual. É uma região importante porque tem um conceito especifico, porque é um circuito. Acreditamos que o nível de retenção do turista por lá vai aumentar bastante".