Economia

Indústria de Massas, Biscoitos e Pães prevê crescimento de 1% em 2022

Por Gente Jornal

09/07/2022 às 00:34:24 - Atualizado há

Depois de apresentar um bom crescimentoem 2020, em torno de 6% no volume de vendas, o setorde biscoitos, massas e pães e bolos industrializados preveem encerrar o ano de 2022 com uma elevação menorno volume, em torno de 1%. Apesar de parecer um crescimento pequeno, esse ainda seria um bom resultado, disseClaudio Zanão, presidente-executivo daAssociação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi).

“Nossa expectativa é de crescimento de volume em torno de 1% no máximo. Mas se estabilizar em 0% será um bom resultado também”, disse ele, em entrevista à Agência Brasil, durante o 17ºCongresso Internacional das Indústrias. “A nossa categoria de produtos vem se mantendo muito bem durante a pandemia. Houve um crescimento maior em 2020, com o auxílio-emergencial. Em 2021 e 2022 houve uma queda, mas em paralelo a 2019, que era período pré-pandemia. Então não há nenhum motivo para uma explosão de consumo novamente”, explicou.

Nem mesmo a proximidade da Copa do Mundo pode trazer reflexos mais positivos. “Infelizmente não é a Copa do Mundo, nem as eleições [que vão influenciar nos números], mas o poder aquisitivo, que continua baixo. O auxílio-emergencial está menor e inconstante. Então isso faz com que se tenha menos dinheiro no bolso e o resultado é menos consumo”, falou o presidente-executivo da Abimapi.

No ano passado,essessetores juntos perderam 1,5% em volume, comparando com 2020. Porém,na comparação com 2019,umano antes da pandemia de covid-19,o resultado foi positivo:aumento de 3%.Mas o que realmente impressionou no ano passado foram as exportações.“Batemos recorde em 2021 com 200 mil toneladas exportadas e US$ 240 milhões. E esperamos, nessamesma ideia, continuar em 2022acrescer mais 10% ou 15% também”,disse Zanão.

Rodadas de negócios

Com apoio daAgência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a Abimapi e aAssociação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas(Abicab)estão reunidas desdequinta-feira (7) em Florianópolis para o 17ºCongresso Internacional das Indústrias.Durante o evento, as duas associaçõesestão buscandoampliar os negócios no mercado externo.

Somente naquinta-feiraocorreram 80 reuniões, informouRodrigo Iglesias, diretor internacional da Abimapi. “É a terceira rodada de negócios que nós fazemos durante o Congresso da Abimapi em parceria com a Abicab e a Apex-Brasil. Estamos realizando com foco no mercado dos Estados Unidos, Colômbia, Arábia Saudita, África do Sul, Chile. Temos inclusive compradores que estão participando pela primeira vez, online”, disseà reportagem da Agência Brasil.

“Só na quinta-feira fizemos 80 reuniões com 10 compradores, dois deles online. E temos uma perspectiva por volta de US$ 5 milhões de negócios.Hoje[sexta-feira] devemos fechar por volta de US$ 10 milhões, já que temos mais reuniões previstas do queontem”, disse Iglesias.

Para a Abimapi, os destaques dessas rodadas de negociação têm sido principalmente as massas e o pão de forma. “O pão de forma vem se destacando muito. Durante a pandemia, com o fechamento das padarias, o acesso ao pão francês ficou muito difícil. Então o pão de forma foi uma opção para o consumidor. O grande momento do consumo do pão de forma é o café da manhã. Ou era o café da manhã.Hojeele virou almoço, jantar e virou lanche”, falou Zanão.

Já no caso da Abicab, as negociações têm envolvido principalmente o chocolate. “O chocolate vem vendendo muito para países árabes. E a bala vai para os países da África”, disseUbiracyFonsêca, presidente-executivo daassociação.

Abicab

A associação que representa os setores de chocolates, amendoins e balas não trabalha com previsões futuras. Mas aposta na influência da Copa do Mundo para motivar a produção e comercialização desses produtos.

“Esperamos que esse crescimento continue acontecendo. Tudo leva a crer – e essa não é uma posição oficial da Abicab - que continuaremos com desempenho positivo”, falou Ubiracy Fonsêca, presidente executivo da Abicab.

No ano passado, segundo Fonsêca, o setor de chocolates foi um dos destaques, crescendo em torno de 36%. “Foi um crescimento bem expressivo. Fechamos com 693 mil toneladas de produto acabado, sem contaroachocolatado. As pessoas podem dizer que cresceu 2021 contra 2020, que foi um ano de pandemia. Mas é bom lembrar que em 2020aproduçãonão caiu: crescemos 0,5% em relação a 2019, que foi um ano sem pandemia.E no primeiro trimestre deste ano crescemos 6%”, disseFonsêca.

O setor de amendoins também é outro que está indo bem, apesar deterenfrentado problemas com seus principais compradores externos: a Ucrânia e a Rússia, que estão em guerra. “A Rússia e a Ucrânia juntas representavam mais de 50% das exportações do Brasil do amendoim granulado. A Abicab atuou fortemente nisso, visitando os órgãos de governo, a ApexBrasil, etc, para que pudéssemos encontrar caminhos. E obtivemos êxito, tivemos uma ponte positiva com a China que até então não importava o produto granulado diretamente do Brasil, importava via terceiros. Estamos em fase de acertos burocráticos para que o Brasil passe também a exportar para a China”, disse ele.

Já o setor de balas foi o que encontrou mais dificuldades nos últimos anos. “Na pandemia, por exemplo, ele foi muito mais impactado porque muitos dos setores de vendas do setor de balas [estavam fechados]. Mas ele já está se recuperando. Temos empresas com bons resultados”, falou.

O 17º Congresso Internacional das Indústrias é promovido pelaAssociação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi)e pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas(Abicab).

*A repórter viajou a convite da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi)

Fonte: EBC
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