Educação

MEC vai formar professores para acolher alunos imigrantes e refugiados

Por Gente Jornal

09/06/2022 às 14:08:09 - Atualizado há

O Ministério da Educação (MEC) vai preparar professores para facilitar o acolhimento de estudantes imigrantes e refugiados nas escolas. Para tanto, lançouhoje(9) um curso de capacitação que vai proporcionar ao docentea oportunidadede conhecer e aprofundar conhecimentosem relação à inserção destes grupos no ambiente escolar e multiculturalbrasileiro.

A capacitaçãoterácarga de 80 horas,divididaem dois módulos, com conteúdopráticoe teórico, que vaisubsidiar a elaboração domaterialdidático, pedagógicoe literáriode apoio à prática educativa para promover a aprendizagem e o desenvolvimento integral dos estudantes.

O objetivoé viabilizar o contato dos professores comaspectos históricos, sociais, políticos e educacionais que permeiam a questão dos refugiados, fazendo uso dedidática que auxilie no acolhimento dos alunos. O acesso às aulas será por meio da plataforma Ambiente Virtual de Aprendizagem do Ministério da Educação (Avamec).

Multiculturalismo

Segundo o ministério, a capacitação estáalinhada ao contexto da Operação Acolhida, força-tarefa criada em março de 2018 para receber imigrantes e refugiados venezuelanos que chegavam ao Brasil.

Segundo o secretário de Educação Básica do MEC, Mauro Rabelo,a iniciativa ajudará escolas, gestores e professores “na tarefa de trabalhar o multiculturalismo, o que não é fácil”, disse,ao descrever algumassituações que testemunhou durante a ida à região de frentes da Operação Acolhida.

“Nas visitas, vimos comunidades indígenas venezuelanas sendo acolhidas por comunidades indígenas brasileiras”, lembrou, ao comentar a “dimensão estratégica”, o alcance e a importância desta operação.

Transversalidade

De acordo comocoordenador-geral do Comitê Geral para Refugiados do Ministério da Justiça, Bernardo Laferté, "a política migratória é uma política completamente transversal, que aborda todos os aspectos da vida, inclusive linguísticos", disse.

“O aparato[para esta política] não é só estatal e governamental, mas de agências das Nações Unidas e da sociedade civil, presentes de maneira muito forte para acolher e integrar, porque todos aspectos da vida humana passam ali”, acrescentou. Ao entrar no país, o imigrante recebe CPF, carteira de trabalho e vacina, para então ficar “pronto para seguir vida”.

“Se ele tiver um filho, a criança será brasileira, e precisará ser integrada àsociedade, até por uma questão de política de longo prazo, uma vez que [as famílias] trazem conhecimentos que o brasileiro não tem. Isso é muito rico. Por isso, não podemos vercomo custo. Até porque eles se somarão ao nosso mercado produtivo”, ressaltou.

De acordo com odiretor de Formação Docente e Valorização de Profissionais da Educação, Renato Brito,há 82,4 milhões de refugiados no mundo, dos quais metade são crianças. “Até 68% das crianças refugiadas acessam o sistema primário de educação, mas este número cai para 34% quando falamos do sistema secundário”, disse o diretor.

Barreiras

“Atualmente, há mais de 57 mil pessoas no Brasilreconhecidas como refugiadas. Infelizmente, as crianças refugiadas apresentam probabilidade 53% menor de estar na escolaem comparado às crianças brasileiras. A dificuldade de acesso ao sistema escolar ocorre por fatores como barreiras burocráticas, sociais, culturais e principalmente linguísticas.” Segundo o diretor,é neste contexto que a formação, visando o acolhimento de imigrantes, se insere.

A Formação para Acolhimento de Imigrantes e Refugiados está, segundo o MEC, em consonância com a Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC – Formação Continuada).

Fonte: Agência Brasil
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