Economia

Preços da indústria sobem 1,94% em abril

Por Gente Jornal

02/06/2022 às 10:54:08 - Atualizado há

Os preços no setor industrial em abril deste ano subiram 1,94% na comparação com o mês anterior. O percentual representa recuo frente à passagem de fevereiro para março, quando houve alta de 3,12%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em 18%.No acumulado do ano, o indicador atingiu 6,94%. Os dados estão incluídos no Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgadohoje(2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme o indicador, as quatro maiores variações foram observadasnas indústrias extrativa(-11,54%); refino de petróleo e biocombustíveis (6,57%); farmacêutica (6,51%); e metalurgia (6%). As maiores influências foram no refino de petróleo e biocombustíveis (0,80 ponto percentual); indústrias extrativas (- 0,70 ponto percentual), outros produtos químicos (0,45 ponto percentual) e alimentos (0,44 ponto percentual).

O gerente de Análise e Metodologia do IBGE, Alexandre Brandão, informou que o resultadode março havia sido alto, quando ficou em 3,12%, o maior desde o mesmo períodode 2021. Naquela época, foi registrado4,63%. Oíndicede abrilé mais baixo, apesar de ser o segundo maior do ano e, desconsiderando oresultado do mês anterior, só é menor que ode outubrode 2021, que registrou 2,26%.

“A queda dos preços das indústrias extrativas foi fundamental para a desaceleração ocorrida em abril em comparação a março. Tanto o óleo bruto de petróleo, quanto o minério de ferro, os dois produtos de maior peso no setor, tiveram variação negativa, atribuída às oscilações dos preços internacionais e à apreciação do real. A indústria de transformação, por sua vez, teve aumento de preços: em março - havia sido 2,66% e em abril, 2,81%”, completou.

O IPP mede a variação dos preços de produtos na chamada porta da fábrica, o que significa que não inclui impostos e nem frete. Ao todo são pesquisadas 24 atividades das indústrias extrativas e detransformação. Entre elas, 18 apresentaram alta em abril.

O gerente destacou que se observada a variação dos preços pela perspectiva das grandes categorias econômicas, os valoresde bens intermediários, que representam a maior parte da indústria brasileira, cresceram menos em abril (1,81%) do que em março (3,70%). “Nesse caso, também influenciado pela queda dos preços do óleo bruto de petróleo e do minério de ferro, além do resíduo deextração de soja, o único produto destacado em alimentos com variação negativa, devido ao final da safra e à apreciação do câmbio”.

No entanto, houve aceleração na variação dos preços debens de consumo, que passou de 2,88% em marçopara 3,37% em abril. De acordo com Brandão, os bens de consumo duráveis foram influenciados pela variação positiva dos automóveis, que têm peso grande no segmento. No caso dos bens de consumo não duráveis, a influência foi a variação dos preços da gasolina e dos alimentos, especialmente leite e derivados, por causa do aumento de custos e problemas na captação nas bacias leiteiras, além do açúcar e da carne.

“No caso desses últimos produtos, apesar da apreciação do câmbio estar pressionando os preços das commodities para baixo, os valores internacionais subiram. Ainda na área debens de consumo não duráveis, os produtos farmacêuticos, que têm preços controlados, tiveram reajuste de preços em abril”, acrescentou.

O indicador mostrou ainda que a elevação dos preços tem acompanhado o mercado internacional. O percentual de 6,57% representa aquartavariação positiva consecutiva no setor. O acumulado no ano alcançou 22,8% e o acumulado em 12 meses, 52,14%. O setor foi o que apresentou asegundamaior variação no indicador mensal, a primeira no acumulado no ano e no acumulado em 12 meses, por ser a maior influência nos três indicadores.

Os outros produtos químicos tiveram impactopela oscilação internacional nos preços do adubo, produto de maior influência no setor. “Os outros dois produtos também são utilizados na agricultura e, devido à turbulência internacional, os produtores têm antecipado as compras para formar estoques e se precaver de problema maior para a próxima safra”, disse Brandão.

Pesquisa

Segundo o IBGE, o IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtoresdomésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. “Trata-se deindicador essencial para o acompanhamento macroeconômico evalioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados”, informou.

A pesquisa é realizada em pouco mais de 2,1 mil empresas para apurar os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. No total, coleta mensalmente cerca de 6 mil preços.

Fonte: EBC
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