Medida drástica evita manipulação após diluição acionária.
A B3 tomou uma decisão para proteger os investidores da Gol, após uma diluição acionária que reduziu drasticamente o valor das ações. A medida visa evitar a manipulação e especulação, especialmente em um cenário onde muitos pequenos investidores podem ser impactados.
A empresa aérea passou por uma reestruturação em que a Abra Group aumentou sua participação para cerca de 80% do patrimônio da Gol. Essa mudança foi implementada através da emissão de novas ações a preços muito baixos: R$ 0,0002857142 por ação ordinária e R$ 0,01 por preferencial, resultando em uma diluição de 99,8% para os acionistas existentes.
Com a cotação das ações tão baixa, a B3 decidiu tomar medidas para evitar distorções no mercado. A preocupação é que pequenas variações positivas pudessem dar uma falsa impressão de ganho, abrindo espaço para manipulação.
"Se fosse permitido negociar por unidade, a ação ficaria travada em R$ 0,01, e qualquer variação positiva daria uma falsa impressão de ganho. Isso abriria espaço para manipulação e especulação" afirma Welliam Wang, gestor da AZ Quest.
A decisão da B3 visa proteger os investidores, principalmente os de varejo, que representam uma parcela significativa dos acionistas da Gol. Atualmente, a Gol possui mais de 100 mil CPFs entre os detentores de suas ações, tornando a base acionária amplamente pulverizada.
A situação remete ao caso das Lojas Americanas (AMER3), onde muitos investidores pessoa física sofreram perdas consideráveis após o colapso das ações. A B3 busca evitar que essa história se repita, protegendo os pequenos investidores de possíveis prejuízos.
"A história pode se repetir — e não faz tanto tempo que ela aconteceu" alerta Wang.
A negociação das ações da Gol no mercado fracionário, ou seja, em quantidades inferiores a 1.000 unidades de ativo, será permitida, conforme informado pela B3.
*Reportagem produzida com auxílio de IA