Animais soltos em praças públicas e que não possuírem tutores legais serão recolhidos pela prefeitura
Após o registro do ataque de um cão de rua a uma menina de três anos de idade em uma praça da cidade, o secretário de Saúde e Proteção à Pessoa com Deficiência, Mario Mena e o prefeito Divaldo Lara, anunciaram uma medida para recolher os animais que residem nas praças públicas da cidade e que não possuem tutores. De acordo com o anúncio, os animais que estiverem nas praças sem um responsável legal, deverão ser recolhidos à Unidade de Atenção e Cuidado aos Animais, onde serão tratados, cuidados e estarão disponíveis para adoção responsável.
Em apoio à família da criança, o gestor se solidarizou, inclusive disponibilizando toda a gestão da saúde para auxiliar no tratamento, em especial na cirurgia plástica. “É importante registrar o nosso apoio à família que passa por este momento difícil, onde não queremos que esta situação seja repetida com outros bageenses”, disse Divaldo. O prefeito citou que há alguns anos foi criada a cultura do cão comunitário, época em que foram feitas casinhas para os animais que são cuidados por diversas pessoas. O chefe do executivo relatou que, no entanto, ninguém se responsabiliza quando há acidentes envolvendo os caninos. Também foi lembrando que há situações em que ocorrem danos materiais em carros ou motos, por exemplo, culminando, em todos os casos, em cobranças contra a Prefeitura.
A partir desta situação, para evitar que se repita o incidente, a Coordenadoria do Bem-Estar Animal (CBEA) já está buscando os tutores dos cães comunitários, localizados nas praças públicas da cidade, para que assumam suas responsabilidades pelas ações dos referidos animais.
A Coordenadoria publicou uma nota na noite de domingo (15), lamentando o ocorrido e informou que uma das exigências feitas pelas voluntárias e diretoria da ONG Núcleo Bageense de Proteção Animal (NBPA), era em relação aos cuidados e garantia de que os cães comunitários permaneceriam onde se encontravam naquele momento.
O que dizem os protetores dos animais
A vereadora Beatriz Souza (Rede) falou ao GenteJornal que discorda da ação do prefeito Divaldo Lara no sentido de recolher os animais de rua.
Para a parlamentar o fato que originou a decisão se tratou de uma situação isolada e lamentável com a menina que foi mordida por um cão. Já a causa é efeito da falta de políticas públicas do bem estar animal no município. “Quando não existe uma castração efetiva, que deveria ser 600 no mês, segundo a Organização Mundial da Saúde”, enfatiza e apresenta que esse número de castrações é o resultado do cálculo de 10% da população animal que tem que ser castrada “O núcleo quando assumiu o projeto fez um senso que chegou ao número de 600 castrações de animais mês”, explica e dispara que aí, a partir que a Prefeitura assumiu o projeto não é efetiva nas castrações, como consequência aumenta o número de cadela no cio nas ruas e acaba gerando esse conflito, os animais ficam agressivos criando o ciclo de território e podem realizar ataques.
No caso da menina, a vereadora disse ao GenteJornal que integrantes do NBPA foram até o local, constatando que não se trata de um cão comunitário e também não conseguiram localizá-lo. Pré-supondo se tratar de um cachorro que vinha caminhando atrás de uma cadela no cio e que acabou por fazer o ataque a menina.
Alimentação
- Fico em dúvida qual será a ação do prefeito frente a alimentação desses animais apreendidos. Se já agora, desde o início que a prefeitura assumiu o projeto começou a alimentar os animais com uma ração de péssima qualidade, inclusive fizemos uma denúncia no Ministério Público (MP) em razão da ração que ele está utilizando, já que ocorreram denúncias dos voluntários que os animais estavam emagrecendo de forma drástica – condenou.
Retorno da carrocinha
Essa cultura de recolhimento é discutido em vários fóruns internacionais de proteção e bem estar animal. O recolhimento de animal de rua cria na população o conceito de abandono, ao perceber que o poder público recolhe, as pessoas vão abandonar os animaizinhos no centro da cidade e aí vai ser um ciclo, ele recolhe e na próxima semana vai estar lotado de animais novamente na área central.
- O estudo leva e todo esse movimento de proteção animal: é educação efetiva de posse e guarda responsável, é castração massiva, é controle e fiscalização de venda dos animais e isso não estão sendo feito mais de forma efetiva. Divaldo está fazendo ação paliativa para agradar, tirar das vistas os animais da rua. É muito difícil que as pessoas assumam a responsabilidade, assim, logicamente, a grande maioria dos cães de rua serão recolhidos. A preocupação de todas as entidades e protetores de animais é a forma como esses animais serão acolhidos. Será um grande número de animais. As pessoas que hoje estão no centro dos animais é mínima para um universo de 130 animais.
“Se ele manter essa decisão de recolher, serão mais 100, 200 animais dentro do canil. Vai ser o caus. É a volta mascarada da carrocinha, que vai levar a mortandade no Centro de Atenção, aumento de animais doentes naquele local e será uma responsabilidade que ele (Divaldo) vai levar para o resto da sua vida política”, concluiu.