Política Cultura Inclusiva

PORQUE AINDA PRECISAMOS FALAR SOBRE RACISMO?

Um dos princípios que fundamentam o desenvolvimento dessas ações é o combate ao preconceito por meio do conhecimento.

Por Gente Jornal

17/11/2020 às 17:13:04 - Atualizado há
Andreza Gonçalves Matsumoto e Mário Augusto Costa Valle - Coordenadores do Programa de Inclusão e Diversidade do Senac São Paulo / Foto: Divulgação

Criado em 2002, o Programa de Inclusão e Diversidade do Senac São Paulo tinha como objetivo primordial dar mais atenção às contratações de pessoas com deficiência. Após atingir cem por cento do objetivo desde sua criação, conforme a regulamentação das cotas que está prevista no artigo 93 da Lei 8213, o programa passou a desenvolver ações com foco em outras minorias sociais, dentre elas a comunidade LGBTQIA+ e a população negra.

Com o intuito de difundir a cultura inclusiva e o conceito de diversidade como um valor social, o programa Diversidades começou a ser desenvolvido com ações, por meio da divulgação de vídeos exemplificando experiências e informações significativas acerca dos temas, além de um rico material textual, colocando o leitor em contato com acontecimentos históricos, marcos legais, terminologias e reflexões contemporâneas sobre as diversas comunidades. Um dos princípios que fundamentam o desenvolvimento dessas ações é o combate ao preconceito por meio do conhecimento, justificando assim a escolha pela forma como estes materiais são estruturados.

Dentro dessa importante temática, parte dos materiais dispostos no programa é a respeito do racismo. O ponto de partida para a criação desses materiais foi a pergunta: ainda precisamos falar sobre racismo?

A resposta? Com certeza! O racismo estrutural, ou seja, o racismo que não é constituído apenas por ações individuais ou isoladas, mas sim construído a partir de todo um campo material e simbólico, que forma os indivíduos desde a infância a partir de um processo hierárquico que precariza a existência e o desenvolvimento das pessoas que estão na base dessa estrutura. Essa base é formada, em sua maioria, pela população negra e pobre que vive nas periferias sem as mesmas oportunidades de acesso se comparada à população branca, como educação, emprego, salário e respeito.

O surgimento das cotas no país tem dado uma maior oportunidade de acesso ao ensino superior por parte dessa comunidade. Porém, há muito ainda a ser feito para que a realidade seja mais condizente ao merecimento dessas pessoas. No cenário mundial e do Brasil é percebida uma corrente ativa contra o racismo, com diversas frentes e grupos sociais em luta a favor de maior respeito e igualdade, menos preconceito e mais valorização das pessoas negras. Influenciadores sociais, artistas e formadores de opinião realizam debates e campanhas dentro e fora das mídias sociais reforçando a urgência em falarmos a respeito dessa pauta.

Esta combinação de fatores nos leva a dizer que temos o dever e a obrigação de falar sobre o racismo e, acima de tudo, combatê-lo por meio da educação.

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