A manifestação da coordenadora do CBEA de que o ônibus de castração não vai a uma determinada localidade pela baixa procura do serviço pela população, não foi a primeira vez que acontece, mas levanta o questionamento da necessidade do governo investir na conscientização – já para Lis, se uma pessoa procurar o serviço é uma vitória, afinal o serviço é público não está a procura de prêmio por número de atendimento prestado.
Pois então, vejamos, um dos vetores principais e elementar de toda a ação governamental é oportunizar assistência e serviços para a população. Por outro lado, a população tem de fiscalizar, aplaudir e reivindicar. É fato também que a Coordenadoria do Bem-Estar Animal – CBEA tem sofrido pesadas investidas sobre o trabalho que realiza, algumas vezes de forma injusta e de cunho político partidário. Mas a verdade é que o universo pet tem de ter respostas positivas e faz parte da atribuição do poder público. E, no caso de Bagé, sempre vai ser comparado com o trabalho realizado pelo Núcleo Bageense de Proteção aos Animais (NBPA).
O fato é, que as críticas devem servir de parâmetro para buscar o acerto. No caso das castrações e o atendimento realizados pelo município, através do ônibus, que vai até as comunidades fica claro que o CBEA deve investir na conscientização de quem possui cão ou gato. Não pode a instituição ficar sentada na divulgação da forma como está sendo realizada hoje, que se mostra muito frágil, para não dizer ineficaz.
Lisandra deve deixar de dar explicação convencional feita em rede social sobre o fracasso do número de procura pelas castrações em lugares como a Mascarenhas, Getúlio Vargas e outros lugares, e partir para uma ação onde mobilize as protetoras existentes nestas comunidades e faça blitz de conscientização para população. Para que as pessoas levem seus pets até o local de atendimento – caso contrário o serviço realizado vai seguir para enxaguar gelo.
O que fica é que o governo municipal tem de intensificar o trabalho para que ocorra massissamente a presença de tutores de animais e mobilização em todas as áreas da cidade. Além de mapear (se é que já não exista estudo) onde vertem casos de descaso e maus tratos aos animais – é dever sim da CBEA fazer esforço dobrado em lugares onde sobram fichas e até mesmo não há presença de protetores para atendimento no ônibus de castração. Isto porque, estes lugares mostram na prática que o poder público deve tomar providências concretas e não ficar só no campo virtual.
Fica a constatação de que postar em rede social os serviços prestados não tira a responsabilidade do poder público em agir. Outro fato é que o serviço deve ser fiscalizado também pela população, frente a cumprimento de horários. A própria forma do atendimento feito pelos profissionais e o que está sendo feito para fazer com que as pessoas levem seus pets para serem castrados. O governo Divaldo Lara (PTB) não faz nenhum favor, por ser uma ação de serviço de utilidade pública.