A Polícia Civil deve pedir a prorrogação da prisão preventiva de Alexandra, que está perto de expirar
A Polícia Civil fez na noite de ontem a reconstituição da morte do menino Rafael Mateus Winques, de 11 anos, na cidade de Planalto (RS). Alexandra Dougokenski, a mãe do garoto, foi presa após confessar o crime. A perícia criminal buscou verificar, de forma cronológica, como aconteceram os fatos que levaram Rafael à morte, no dia 15 de maio.
Segundo o diretor do Departamento de Polícia do Interior, Joerberth Pinto Nunes, em comunicado divulgado, foi feito um passo a passo cronológico com o objetivo de contrastar o depoimento de Alexandra com elementos colhidos na investigação e buscando fazer novos questionamentos sobre pontos do inquérito que ainda não foram esclarecidos. O delegado Eibert Moreira Neto informou que foi feita uma entrevista Alexandra, com a presença dos peritos do IGP (Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul), que relatou a dinâmica dos fatos em detalhes, inclusive da asfixia que teria levado o menino à morte. Em seguida, eles se dirigiram ao local, onde foi feita a reconstituição, com nova narrativa de Alexandra. O outro filho dela, que estava na casa, também foi entrevistado e desistiu de participar da perícia criminal. O trabalho foi acompanhado pelo Ministério Público Estadual. O IGP informou, ainda, que o resultado da reconstituição deverá sair em torno de 30 dias. A Polícia Civil deve pedir a prorrogação da prisão preventiva de Alexandra, que está perto de expirar.
Entenda o caso
O corpo de Rafael foi encontrado no dia 25 de maio pela polícia em uma casa abandonada na cidade. Ele estava desaparecido desde o dia 15 de maio. Alexandra alegou que medicou o filho e ele passou mal antes de morrer. No entanto, a perícia realizada no corpo do menino apontou que a causa da morte foi estrangulamento. A polícia passou a desconfiar da mãe por agir "muito serena e muito tranquila" apesar do desaparecimento do filho, segundo o delegado. Em maio, o advogado Jean Severo disse ao UOL que a mãe reafirmou que a morte do menino foi acidental após dar dois comprimidos de diazepam, remédio para ansiedade. "Ela afirma que deu medicação para ele se acalmar e que entrou em desespero ao ver o filho sem vida. Para ela, o menino estava em óbito, com o corpo gelado, roxo e sem pulsação", diz o defensor de Alexandra, que considera um erro ela não ter informado à polícia. "Ela disse que ficou muito nervosa. Tomou decisão ruim e ocultou corpo de menino a dez passos da casa", afirmou na ocasião.